Eloisa Helena Orlandi – Presidente do SINCABIMA e do IBQP (Foto: Divulgação)
Estamos realizando uma série de entrevistas com presidentes e diretores de associações empresariais e sindicatos patronais, sobre temas estratégicos e vitais para o país, em especial sobre a pandemia que atrapalha várias empresas no Brasil e no mundo. As perturbações causadas se instalam em quase todas as operações globais. Ações estão sendo aplicadas, mas a solução a curto e médio prazos ainda não está à vista. Conversamos com Eloisa Helena Orlandi, Presidente do SINCABIMA – Sindicato das Indústrias de Cacau, Balas, Massas e Conservas do Paraná e IBQP – Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade.
Fale da sua trajetória como empresária e executiva.
O projeto da Carob House nasceu em função de uma necessidade pessoal do Carmine Giunti, meu marido e sócio. Essa necessidade foi o ponto de partida para pesquisas e desenvolvimento de um produto inovador, tendo a alfarroba como principal matéria prima. Patenteamos as formulações e a partir desse desenvolvimento, nos estabelecemos como uma pessoa jurídica. A minha formação, na verdade, é Jurídica – sou advogada e Financeira – também sou economista. Sempre trabalhei em corporações multinacionais, aqui no Brasil e no Canadá. O aprendizado no mundo de negócios veio com os erros e acertos do dia a dia. Não existe uma cartilha para ser empresário. O que existe, é uma crença muito forte naquilo que se propõe a fazer e a consciência de que os desafios fortalecem as bases do negócio e da pessoa.
E qual a sua experiência como a primeira mulher a assumir a presidência de entidade de classe patronal tão tradicional?
É um sentimento de conquista muito bom! Nós, mulheres, temos a capacidade de estar em qualquer patamar sem deixar de ser aquilo que somos na essência: mulher. E poder representar todas as mulheres que acreditam, se preparam, se entregam por uma causa justa, é uma responsabilidade imensa, ao mesmo tempo que um privilégio inigualável.
Como a senhora avalia a situação atual das empresas do segmento das indústrias associadas ao Sincabima?
Os desafios do momento afetam a todos, indistintamente. Alguns, mais, outros menos. Temos indústrias na nossa base que tem experimentado um aumento de demanda por se tratar de alimentos de primeira necessidade. Da mesma forma, temos indústrias voltadas a um segmento mais restrito, e, sujeitas, em grande parte, à volatilidade cambial, as quais estão experimentando dificuldades com o custo de matérias primas importadas.
Qual avaliação a senhora faz do Governo do Presidente Bolsonaro?
Assim como todos os governos, há sempre a boa intenção de acertar a despeito dos equívocos. Existem muitos fatores que influenciam diretamente a administração pública, mas o que se espera do governo atual, é o mesmo que se espera de qualquer governo que já tivemos: que ele cumpra com o propósito de fazer bem ao Brasil, ao povo brasileiro, ao empresário brasileiro e à boa reputação do país; afinal, o Brasil merece o nosso amor!
Quais ações a senhora acredita sejam oportunas e necessárias neste momento de pandemia?
A conscientização do momento. Quando todos internalizarmos a nossa parcela de responsabilidade no cuidado com a nossa saúde e a saúde da comunidade, as boas práticas serão uma consequência. Será algo a fluir de dentro pra fora, sem a necessidade de imposição, de exigência. Na minha percepção, vai acontecer quando aprendermos a amar o próximo como nos amamos e fazer por ele o que desejamos que façam por nós.
FRASE
“Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência.” (Henry Ford)
*HAMILTON FONSECA ([email protected])
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