Gerando compaixão
Muitos pais erram porque não sabem vender a empresa para seus filhos. Ao mesmo tempo em que são hábeis em divulgar para o mercado todas as qualidades de sua empresa, no ambiente familiar e principalmente para o sucessor direto, adotam outra postura. Sempre que podem, passam a imagem de sofrimento para conduzir os negócios da família. É uma espécie de ritual de queixas e lamentos onde o objetivo é fazer com que os familiares fiquem compadecidos. É justamente nessa hora, em que o empresário sequer está pensando na sucessão que os problemas estão sendo gerados.
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Compartilhando experiências
Em alguns casos, esses comentários estão sendo feitos na presença dos filhos que ainda estão na infância ou na adolescência. E o empresário acredita que os filhos não estão preocupados com os negócios da família. Novo erro! As decisões da fase adulta serão baseadas nas percepções e experiências vividas durante toda a vida. É preciso que os pais entendam que é necessário vender a empresa para seus sucessores. Não no sentido financeiro, mas no sentido ideológico. O filho precisa enxergar a empresa da família como um local de realização e sucesso e não de sofrimento e dor.
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Despertar paixão
Não se trata de ensinar a trabalhar, mas sim, de construir uma imagem de atração no filho. E quanto mais cedo esse processo de convencimento começar, maior será a chance de nascer no filho uma verdadeira paixão pela empresa. A dica final para os pais é para que tomem cuidado com o exagero. Assim como acontece no relacionamento diário com clientes, uma boa venda é quando há o encantamento do cliente sem que a realidade seja alterada ou falseada. Com os filhos também é assim. Eles devem conhecer os problemas e, ao mesmo tempo, perceber que há mais vantagens que desvantagens.
(Luciano Salamacha)