Lílian Gomes- CRP 08/17889

Muitas pessoas adiam ou procrastinam seus desejos, suas realizações esperando o que consideram “o melhor momento”. Quando eu conseguir um bom emprego, uma casa maior, ter uma garantia financeira, ter estabilidade no trabalho, estar bem de saúde, etc. E vão adiando. Será que esses momentos chegam e são garantidores de realizações?

“Viver no presente significa trazer toda a sua atenção para o momento em que você está vivendo, evitando pensar no passado ou no futuro, ou alimentando devaneios que não condizem com a realidade. Da mesma forma, é aproveitar cada instante de suas experiências de vida, como emoções, conversas e aprendizados”. O ontem já aconteceu, amanhã ainda não chegou…

“Temos de tornar cada uma de nossas escolhas interessante. Isso só é possível quando temos simpatia pela vida e pelos outros: o que parece básico, mas não é no mundo de hoje. Não por acaso, o grande espantalho do nosso século é a depressão. A falta de interesse pelo mundo e pelos outros é o que pode nos acontecer de pior”, nos orienta Calligaris. E o isolamento social, apesar das inúmeras conexões, redes sociais, fica cada vez mais forte.

Muitas vezes estamos no mesmo ambiente, porém cada um em sua “ilha”. Se quero algo, digito ao invés de me comunicar verbalmente, externar sentimentos e desejos. A intermediação está cada vez mais tomando conta das relações cara a cara, olhar a olhar, troca real. E o hoje vai embora.

Importaante se faz, a tomada de consciência disso. O que estamos fazendo com o tempo que temos e a vida que levamos!

“A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”. Planejar é importante, mas não tão forte que determine o esvaziamento do aqui e agora.

Às vezes optamos por uma espécie de inércia constante, que será sempre acompanhada da sensação de que estamos  desperdiçando  tempo e vida, porque toda a aventura está acontecendo lá fora e, a cada instante, estamos “perdendo os cavalos encilhados que passam e não passarão nunca mais”. E quando nos deixamos envolver pelo “talvez”, pelo “se… então…” esvaziamos o hoje e as oportunidades que ele nos apresenta. “A vida não é breve.  Ela é suficiente. Nós é que perdemos tempo com coisas inúteis.” Sêneca