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A Psicoterapia nas Altas Habilidades

Tenho me deparado com a demanda de pacientes, principalmente crianças e jovens que apresentam “altas habilidades”. E essas nem sempre são “aproveitadas” para se desenvolverem de forma a facilitar a vida dessas pessoas. Pelo contrário, muitas vezes até “prejudicam”, pois nem o sujeito que as possui nem as pessoas que tenham que conviver ou lidar com isso, sabem ou têm habilidade de fazê-lo.

Essas pessoas têm características: de alto grau de curiosidade, atenção concentrada, persistência, independência e autonomia, interesse específico por determinados assuntos ou tópicos diversos, facilidade de aprendizagem, criatividade e imaginação férteis, senso de justiça aguçado, necessidade forte de questionar, autocobrança, baixa tolerância à frustração e memória de curto prazo e memória episódica elevada.

E, quanto aos pais, cuidadores, professores estão capacitados para atender essa demanda?

Muitas vezes essa capacidade não é percebida dessa forma e sim distorcida, se configurando como “hiperatividade”, teimosia, indisciplina. “O que na maioria das pessoas superdotadas e pais de crianças e adolescentes com altas habilidades vivem, é a incompreensão, além das dificuldades enfrentadas no dia a dia”. E, esses sujeitos estão nas escolas, que na maioria das vezes não conseguem adaptar seus currículos, sua equipe de professores para enfrentar essa demanda”.

No Censo Escolar de 2022, foram apontados 26.815 alunos identificados com altas habilidades no Brasil. Temos exemplo de um caso, que “a mãe chegou a trocar seu filho de 08 anos de escola, 07 vezes”.

Por quê? Falta de profissionais capacitados para atender e orientar esses sujeitos. E isso pode desencadear problemas de saúde mental por conta da falta de atendimento adequado e esse sujeito fica “incomodando” os seus colegas, porque termina as atividades escolares antes de todo o mundo, perde o interesse por certos conteúdos, porque  já sabe e para ele as atividades são “fáceis”.

E, segundo a neuropsicopedagoga, Olzeni Ribeiro, “a principal característica da superdotação é a atividade metabólica intensa do cérebro”, onde o organismo metaboliza a glicose mais rápido para produzir mais energia para o cérebro.

Essa demanda tem legislação que regulamenta a educação no Brasil, através da LDB(Lei de Diretrizes Básicas) – 2013, e também em 2015, a lei 13.234 nos orienta quanto à obrigatoriedade de identificar, cadastrar e atender estudantes com estas características. Porém, na prática nem sempre é cumprida. Existe também, um Conselho Brasileiro de Superdotação (ConBraSD) que propõe “trabalhar para fortalecer, ampliar e garantir o atendimento especializado para essa demanda”. Mas, ainda não constatamos isso em nossa realidade.

Importante se faz, colocarmos essa situação na pauta de discussões e de ações nas escolas, envolvendo pais e a comunidade para garantir a visibilidade dessa realidade e capacitar profissionais para enfrentá-la.

Essa realidade não pode ser deixada de lado, deve ser tratada com respeito, sendo objeto de atendimento eficaz.

E nesse sentido a Psicoterapia se faz necessária às famílias, aos professores e ao próprio sujeito para auxiliar na compreensão dessa demanda e  perceber como lidar com ela para oportunizar melhor qualidade de vida.

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