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A importância de “SE” conhecer

Lílian Yara de Oliveira Gomes – CRP 08/17889

Estamos em pleno momento olímpico, onde as Olimpíadas de Tóquio se realizam, congregando atletas do mundo inteiro das mais altas performances, apesar dos tempos pandêmicos.

Porém, ao lado de grandes conquistas e medalhas, a fragilidade humana se mostra, quando uma atleta medalha de ouro em outras competições desse gabarito, se coloca para o mundo saber que “não está bem psicologicamente” neste momento e decide não participar de algumas provas. É o exemplo da atleta dos Estados Unidos a ginasta Simone Biles, dos Estados Unidos, afirmou que o cuidado com a saúde mental foi um dos motivos para abandonar a final por equipes, em Tóquio.

Em 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze.

“A decisão da ginasta em Tóquio traz à tona a discussão acerca dos impactos da pressão psicológica para a saúde mental dos esportistas e profissionais de altíssima performance. “Eu tenho que focar na minha saúde mental”, disse Biles em entrevista coletiva. “Temos que proteger nossas mentes e corpos, e não apenas ir lá [competir] e fazer o que o mundo quer que façamos”.

Segundo especialistas, a pressão sofrida por atletas de ponta pode levar a quadros de ansiedade e depressão. Para a psicóloga Marilene Kehdi, especialista em atendimento clínico, o treinamento dos atletas deve priorizar aspectos voltados para o cuidado com a saúde mental.

“A ansiedade acompanha o atleta a vida toda. São entradas e saídas constantes de competições, além de uma vida com restrições e cobranças internas e externas. Um bom desempenho numa competição depende de um atleta que esteja bem técnica e emocionalmente, com a saúde mental bem preservada”, diz a especialista.

A opinião é compartilhada pelo psiquiatra Saulo Ciasca, coordenador de pós-graduação em psiquiatria da Sanar, plataforma de educação médica. “Faz parte do treinamento dos atletas o treinamento psicológico para lidar com essa pressão. A pessoa quer ser catapultada ao estrelato esportivo e ser reconhecida. Há uma pressão para manter esse equilíbrio emocional, a pessoa tem de se blindar para isso”, afirmou.

Segundo Ciasca, um dos mecanismos utilizados pelos especialistas em saúde mental no acompanhamento dos atletas é o reconhecimento de “sabotadores internos”. Ou seja, aqueles pensamentos negativos que as pessoas repetem continuamente e que podem ampliar os sintomas de ansiedade.

“Todo mundo tem sabotadores internos e a pressão psicológica exacerbada faz com que esse sabotador fale mais alto. Por exemplo: ‘se você errar, você vai perder tudo’, ‘se você não conseguir, essa é a sua única chance’, são pensamentos que elevam a pressão e fazem com que as pessoas se percam no processo”, explicou.

A partir desse reconhecimento, o trabalho psicológico busca fazer com que os atletas experimentem mudanças de perspectivas, de modo a evitar, principalmente, as comparações com os demais competidores.

“É legal trabalhar com o esportista que ele está competindo consigo mesmo apenas. Ele não precisa ser melhor que outra pessoa, mas precisa ser melhor que ele mesmo. E poder, com isso, superar cada vez mais os próprios limites”, explica Ciasca.

Portanto, SE conhecer, olhar para dentro, conhecer seus limites e respeitá-los, determinando o que é melhor para cada um, se faz muito importante, mesmo que o mundo projete em nós a medalha de ouro.

Essa medalha é a coragem de SE conhecendo, buscar ajuda, tratamento, conhecer limites e saber que antes de tudo somos SERES humanos!

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