Profissionais que amam as empresas são correspondidos?
Por Hamilton Fonseca*
Existem estudos científicos que demonstram a existência de laços que unem as pessoas às organizações. Esses laços não podem ser vistos apenas como materiais ou morais, ideológicos ou sócio-econômicos, mas, sobretudo, de natureza psicológica.
Como consultor na área de capital humano há mais de 25 anos, vejo que as organizações procuram transmitir aos funcionários um conceito de família corporativa, mas na hora de demitir ou punir as coisas mudam um pouco na relação. Profissionais de carreira permanecem por muitos anos numa empresa, passam por várias divisões e, de uma hora para outra, são disponibilizados no mercado. A empresa custeia plano de recolocação e dá todo apoio, porém, os profissionais não esquecem a identidade corporativa nas emoções.
A constatação é sempre cruel: ao sair da empresa o funcionário perceberá de imediato que ela não era aquela bela e amorosa família que ele sempre pensou que fosse. Começa pelo acerto de contas: os números da empresa não batem com os cálculos de quem sai, a lei é cruel, racional e isenta de emoção. Conforme-se, o contexto e a circunstância são outros. Adapte-se e procure fechar ciclos. A vida é assim, os humanos são assim. Para a empresa não existe passado e reconhecimento, só presente e futuro e você, ex-funcionário, faz parte do que passou.
Por melhor que sejam as regras internas, quem as cumpre, quem as define, quem verifica seu cumprimento são sempre os próprios funcionários ou gestores. Assim, para se criar uma relação mais madura entre os profissionais e empresas, as regras internas, códigos de ética, devem ser igual à prática.
Todos os funcionários tem o direito de se expressarem livremente, é salutar, pois existirão opiniões e sugestões diferentes, pois a diversidade de opiniões é o fermento para as organizações crescerem e melhorarem.
*Headhunter-consultor especializado na seleção de executivos
Email: hamiltofonseca@netpar.com.br