Sempre do contra
Não é prazeroso ter que conviver com uma pessoa que gosta de fantasiar sobre o
mundo à sua volta, no estilo contador de estórias. Uma de suas características
é alterar os fatos de acordo com o que lhe convém. Por vezes, o contador de
estórias se coloca como a maior vítima de uma situação. Se a temperatura cai,
reclama que pretendia passar o final de semana na praia. Já quando o verão
chega fica irritado porque não teve tempo para aproveitar o inverno. Em outras ocasiões se autodenomina o grande herói por uma determinada conquista.
*****
Foco na fantasia
Para o contador de estórias o colega foi promovido não pela competência apresentada durante anos de trabalho, mas porque foi ele quem permitiu que a pessoa demonstrasse todo o seu potencial. Este é um perfil muito comum na política nacional onde a disputa pela autoria acaba se sobrepondo ao fato em si. O irônico é que, tanto na política quanto nas organizações, o contador de estórias tenta fazer que as pessoas à sua volta enxerguem a fantasia que cria e não a realidade dos fatos. Talvez seja por isso que aconteçam tantas coisas erradas no Brasil e, ainda assim, os principais causadores continuem sendo reeleitos sistematicamente.
*****
O quanto sou responsável?
O problema é que este tipo de pessoa tende a continuar existindo, seja porque os
colegas o toleram por educação, seja porque, em alguns momentos, os contadores
de estórias tenham uma capacidade rara de fazer com que uma equipe, ou até mesmo um país inteiro, acredite em seus devaneios. Na sua empresa existem profissionais deste tipo? E na sua cidade ou região? Bem, se a resposta for sim, parece que está na hora de começar a refletir sobre o quanto você é responsável pela existência dos contadores de estórias. Pense nisso!
(Luciano Salamacha)