O inconsciente
Conhecer como nosso cérebro fixa as lembranças do dia-a-dia auxilia um profissional a entender como a sua memória nem sempre está correta. Basicamente é tudo muito simples. Imagine a cena que você agora vive, neste momento, enquanto lê a coluna Visão Empresarial, no seu trabalho, no seu carro, onde quer que seja. Em apenas um segundo o seu cérebro está recebendo apenas pela sua visão, cerca de 11 milhões de bits de dados. Desses 11 milhões de bits de dados, o seu cérebro consciente irá conseguir processar entre 16 e 50 bits. Todos os demais, 10.999.950 bits que você não conseguiu processar acabarão indo para o inconsciente.
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Só fragmentos
No seu inconsciente, em vez de guardar todos os detalhes de tudo o que você está vivendo neste apenas um segundo, o seu cérebro pega apenas um pequeno fragmento, e desse fragmento ele se sente capaz de reconstruir toda essa sua imagem no futuro, reconstruindo tudo aquilo a partir de um pequeno fragmento. Seria o mesmo que os computadores quando criptografam uma mensagem. A grande questão é que daqui a um, dois ou três anos, a sua experiência, a sua vida mudou, e lá na frente você pega um fragmento de hoje e reconstrói baseado em outras experiências.
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Fixação
Essas outras experiências irão influenciar na reconstrução da sua lembrança, fazendo nosso cérebro nos trair. Na verdade, as nossas lembranças não são fixadas com tanta intensidade quando desprovidas de algum tipo de memória afetiva, ou seja, quando não há um sentimento positivo ou negativo fortemente aliado àquela situação para fazer com que você guarde não apenas um fragmento, mas vários fragmentos e mais detalhes daquela situação. Resumindo, em vez de se preocupar em ser o dono da verdade, se preocupe sim na reconstrução do fragmento da lembrança e se você não está sendo enganado pelas experiências que aconteceram depois daquilo na sua vida. Para a coluna Visão Empresarial
Luciano Salamacha