Ausência de diálogo
O problema de um profissional que costuma ser radical nas suas posições é que ele não só comete erros como também dificilmente os assume. O radical tem orgulho extremo sobre essa condição que ele chama de virtude, mas que os demais preferem mesmo chamar de grande defeito. Ele não dá espaço para o diálogo. Aliás, foi pelo diálogo que filósofos como Platão e Sócrates puderam desenvolver e ensinar conhecimento pelo método chamado dialética. Basicamente a dialética é a realização de uma discussão que é livre, que é respeitosa, em que posições contrárias tentam atingir um objetivo comum, o verdadeiro conhecimento.
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Não sabem ouvir
E Platão sabia que um dos principais fundamentos da dialética é a capacidade que cada participante do debate deve ter para abrir a sua mente e aceitar novos conceitos. No meio empresarial há profissionais que se consideram muito mais sábios do que os colegas. São pessoas que sequer se dignam ouvir o que outros têm a dizer. Isto até poderia ser verdade se ao menos este extremista permitisse que os seus colegas apresentassem as suas ideias. E, se conviver com um colega radical já é difícil, tudo se torna ainda mais complicado se ele é um profissional que atua no atendimento aos clientes.
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Cortando os excessos
É que os penalizados, aqueles que realmente sofrem, são os demais integrantes da equipe. É simples. Os clientes conseguem perceber com grande facilidade quando não há um ambiente propício a uma negociação sincera e aberta. Por isso eles passam a evitar o atendente radical quando necessitam de um pouquinho de compreensão. O resultado é que enquanto o gestor não tomar uma atitude firme, e com o perdão do trocadilho, uma atitude radical em relação ao comportamento desse funcionário que é extremista, vai ser muito difícil conseguir o que se espera de toda uma equipe que se preze: comprometimento e motivação.
(Luciano Salamacha)