Alimentando a esperança
Para algumas pessoas, a fonte da motivação para o trabalho é a realidade
paralela que criam. O interessante deste tipo de profissional é o seu constante bom humor. Dificilmente uma pessoa que pode ser classificada como uma contadora de estórias é encontrada triste ou deprimida. A fantasia serve como uma espécie de combustível para o otimismo. Ao mesmo tempo em que diminui ou até elimina situações negativas, a realidade paralela criada ainda serve para alimentar a esperança que amanhã será melhor. E isto seria maravilhoso se não houvesse um pequeno problema.
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Excesso de confiança
O contador de estórias não pondera a realidade para fundamentar seu otimismo. Ao contrário, ele simplesmente ignora os fatos e com isso acaba cometendo mais erros que acertos. Explico este conceito com um exemplo. Gregório é o típico jovem que sempre criou projetos mirabolantes para sua vida. Imaginou produtos que revolucionariam a vida das pessoas, porém jamais teve a humildade de estudar um pouco mais sobre o assunto. Sempre se considerou uma pessoa que tinha a competência de um grande profissional. Já seus atos sempre foram marcados pela conduta equivocada de um aprendiz. Alegava aos quatro ventos que era um empreendedor mal compreendido pela sociedade do seu tempo.
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Fugindo da realidade
Talvez alguém que não tenha coerência em seus discursos seja o termo mais apropriado. Infelizmente, Gregório não pode ser chamado de otimista, mas sim de sonhador. Um mal sonhador porque sequer busca contribuir para realizar pelo menos um de seus anseios. E quando tenta, não consegue êxito porque age segundo o que imagina ser verdade, e não com base na realidade em que vive. Resumindo: o contador de estórias geralmente é aquela pessoa que sabe de tudo, e que tem solução para todos os problemas do mundo, menos para o seu maior defeito que é não enxergar a realidade como ela é.
(Luciano Salamacha)