Recebi um e-mail de um leitor, reclamando que determinou para a sua vida não crescer além de um cargo de gerência média na organização onde trabalha. Entendia que crescer mais que isto exigiria dele tempo, dedicação e, principalmente, que o privaria de um tempo que queria ter com a sua família por conta das responsabilidades que teria de assumir. O problema é que a alta gestão o chamou e exigiu que aceitasse um novo cargo. Ele então ficou numa situação difícil. Se não aceitar ficará literalmente queimado na organização, será colocado de lado e possivelmente fará parte da lista dos demissionáveis, aquelas pessoas que poderão ser demitidas na primeira oportunidade.
Infelizmente há riscos
Ele pergunta se não pode então ter limite para sua carreira, se a organização não pode entender que ele quer ficar naquela situação porque é confortável e certamente será um grande profissional? A resposta é que depende da alta gestão. Há gestores que não conseguem entender, infelizmente, que é melhor ter profissionais realizados, dedicados, comprometidos, sempre na mesma função do que forçá-los a crescer quando não querem. E quando a alta gestão não compreende isto o profissional continua com o direito de dizer não à proposta do cargo na empresa, porém sabendo, estando ciente dos riscos que esta decisão implica.
Preço a pagar
No caso específico, a decisão é muito simples. O profissional diz não agora, e corre o risco de ser demitido; ou aceita o cargo e corre o risco de viver frustrado e ser demitido depois porque perdeu totalmente a empolgação, o comprometimento, a motivação. É importante sempre ter em mente que profissionais contentes, motivados, produzem bem. Já pessoas que trabalham contrariadas, que não tem esta motivação, fatalmente, mais cedo ou mais tarde, terão de se desligar daquela função. Logo, antes de querer que o mercado faça isto, tome a sua decisão e pague o preço por isto.