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Sesmarias – o começo da povoação em Ponta Grossa (II)

A partir de 1738, as terras que foram doadas a Domingos Martins Fraga e Isabel da Costa Rosa são acrescidas de outras vastas áreas adquiridas dos outros donatários, surgindo daí os nomes dos rincões Bocaina, Taquari, Taquaruçu, Periquitos, Capão Grande, Catanduvas, Ponta Grossa, que, somados, dão origem à Estância de Santa Fé, cuja sede localizava-se entre as terras da Capela de Santa Bárbara e o atual quadro urbano da cidade. Nela, Domingos e Isabel criam gado vacum, equino e caprino; abrem áreas para lavouras; introduzem rebanhos de ovelhas, cuja lã beneficiada em teares utilizavam na confecção de redes, cobertas, baixeiros e enxergas, vendidos na feira de Sorocaba.

É a primeira indústria em solo princesino. Perto dessa Estância, entre os Rios Iapó, Pitangui e Verde até Itaiacoca, mais os currais de Cambiju e Carambeí, encontrava-se o clã familiar de Pedro Taques e seu filho José de Góes e Morais. Ressalvava-se, porém, o local onde hoje se situa a cidade de Ponta Grossa e mais terras ao poente, que eram parte das glebas ocupadas e cultivadas desde 1713 por Diogo da Costa Rosa (José Carlos Veiga Lopes, “Origens do Povoamento de Ponta Grossa”; José Pedro Novaes Rosa, “A Fundação de Ponta Grossa”).  

Os trabalhos foram muitos nesse início: depois da construção da casa de taipa, dos ranchos de pau a pique, vinham as rústicas mangueiras de pedras e os compridos valos que serviam de marcos de divisa e de obstáculos à fuga de animais. A família de Fraga e Isabel aumentava e os filhos, logo que nasciam, eram batizados na Capela de Santa Bárbara pelos padres jesuítas que administravam a fazenda do mesmo nome e que vinham de Paranaguá. O varão, em 1764, adoece e vem a falecer, não sem antes fazer testamento perante o tabelião de Curitiba. É enterrado no cemitério da Capela. Isabel, de seu turno, continua a residir no mesmo local, com os filhos e netos.

A partir daqui, começa a fragmentação das extensas glebas deixadas por Domingos cujos herdeiros irão seccioná-las mais vezes, vendendo-as a terceiros e, assim, abrindo as portas dos campos de Ponta Grossa a novas famílias que, paulatinamente, povoam a região descrita por Saint’Hilaire cinquenta anos depois: “Essa região é, certamente, uma das mais belas que vi no Brasil… Por mais longe  que o nosso olhar se estenda, descobrimos uma imensa extensão de pastagens; capões de mato, onde predomina a útil e majestosa araucária; rochedos à flor da terraque aparecem na encosta das colinas, deixando escapar entre eles lençóis de água, que se precipitam nos vales; rebanhos de muares e de bois dão vida à paisagem.. 

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