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Onde repousam os pioneiros de Ponta Grossa

A Capela de Santa Bárbara do Pitangui, distante 12 km do centro, “é o símbolo glorioso da fé que gerou a cidade de Ponta Grossa… É o mausoléu onde repousam as cinzas dos fundadores da Princesa dos Campos. A única relíquia que possuímos desse passado remoto…”(Ribas Silveira, escritor princesino).

No interior desse templo, construído em 1729, e também em seu entorno, foram sepultados homens e mulheres de rija têmpera que, nos anos 1700, estabeleceram-se nas terras vizinhas, batalhando num ambiente hostil, carente de recursos, como verdadeiros paladinos da civilização.

A pequena ermida era a única que existia nos Campos Gerais. Auxiliados por escravos e pelos poucos estancieiros, os padres da Companhia de Jesus levantaram as paredes de pedra e barro e cobriram a construção com telhas portuguesas trazidas de Paranaguá. Sinais dos primeiros alicerces e dos muros de arrimo, ainda podem estar por ali, mudos, mas atentos, como testemunhas da saga dos pioneiros e guardiões do local onde eles foram inumados.

Documentos canônicos registram batizados, casamentos e cerimônias fúnebres realizados nesse local. Dentre os muitos sacerdotes que passaram pela Fazenda de Santa Bárbara do Pitangui, avultam os nomes de Cristóvão e Estêvão da Costa Rosa, irmãos de Diogo e tios de Isabel.

Em 1759, quando o Marquês de Pombal determinou a extinção da Ordem Jesuítica e o desterro de seus membros, também houve o confisco de todos os bens da Congregação. Algumas décadas depois, os enviados de D. João VI relataram que, além dos 7.000 hectares, encontraram ainda, 31 escravos, ovelhas, cerca de 500 cabeças de gado equino, quase 200 vacas e bois, oficina de carpintaria, ferraria, senzalas, currais, casas cobertas com telhas, alguns ranchos e uma capela com todos os seus utensílios e paramentos.

Inobstante isso, os restos mortais dos desbravadores descansam ali: Domingos Martins Fraga, a esposa Isabel da Costa Rosa; José Tavares de Siqueira, proprietário das Fazendas Cambiju e Itaiacoca; Maria de Lemos Conde, esposa do lendário capitão-mor de Curitiba Rodrigo Félix Martins; Domingos Antônio Duarte; Pantaleão Pedroso de Morais; Mateus Martins, Domingos Ribeiro de Lima e Marcela da Costa Rosa; Quitéria Ângela Maria, casada com José Antônio de Oliveira e sua irmã Aniceta Costa Martins (ambas filhas de Fraga e netas de Diogo).

E mais um extenso rol de outros pioneiros. Todos, acolhidos pelo sibilar da mata e pela sinfonia doce e silenciosa que o mistério de três séculos orquestra em Santa Bárbara.

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