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Criação e instalação da Freguesia de Ponta Grossa (I)

Proclamada a Independência, um ano depois os líderes do povoado de Ponta Grossa retomam a tarefa de criar a Freguesia. A empreitada não foi tranquila frente à oposição da edilidade castrense. Mas Joaquim Carneiro Lobo e seu filho Hermógenes, reforçados pelo apoio de Luciano Carneiro Lobo – que também desejava a emancipação de Jaguariaíva e gozava de simpatia da família imperial – dirigem-se à Corte.

Em pouco tempo, conseguem sensibilizar D. Pedro I que, em 15 de setembro de 1823, emite o Decreto de nº 15, criando a nova Freguezia com o rogo da Senhora Santa Anna no bairro de Ponta Grossa, em lugar vizinho à Capela denominada Casa de Telhas. Com isso fora vencida a primeira etapa no caminho da emancipação completa de Castro.

Agora, tornava-se necessária a adoção de providências para tornar concreto o ato oficial emitido pelo Monarca. A primeira delas era conseguir um Vigário que se radicasse no bairro, mesmo em caráter provisório, e a consequente fixação da côngrua ou subvenção financeira para manutenção do sacerdote e dos atos religiosos.

Surge, então, o padre Joaquim Pereira da Fonseca que aceita o encargo e que passa a dar assistência aos moradores, malgrado sua confirmação como Vigário Colado só ocorra no ano de 1828. A côngrua, que se mostrou insuficiente no começo, foi aumentada pelos fazendeiros e demais moradores que se cotizaram para tanto.

Ficava pendente a questão do local definitivo para ereção da Capela da padroeira e para a sede da nova unidade, uma vez que a ermida da Casa de Telhas, sita à beira do caminho que demandava a Castro, embora reconhecida pelas autoridades, permanecera em segundo plano.

A implantação da Freguesia, como dispunha o decreto imperial, deveria se dar num lugar vizinho à Casa de Telhas que, no princípio, fora construída por subscrição popular para dar abrigo a viajantes e que, mais à frente, passou a ser local de culto com a transferência do oratório existente na fazenda de Domingos F. Pinto.

Por isso, impunha-se a escolha de novo local para a construção da Capela sob o patrocínio da Senhora Sant’Ana, em cujo entorno, como ocorria na época, iria vicejar a Freguesia. No entanto, os estancieiros mais influentes, como Miguel Ferreira da Rocha Carvalhaes, seu cunhado Domingos Ferreira Pinto (casado com uma neta do pioneiro Domingos Fraga), Benedito Mariano Ribas e outros, não chegam a um consenso sobre a localização ideal para erigir o templo. Alguns, lamentam pela não utilização da Casa de Telhas, outros querem um lugar mais elevado, com lenha e água, terceiros oferecem terras em Uvaranas.

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