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Como teve início a praça da ‘Igreja dos Polacos’ em Ponta Grossa

Foto: Grupo Ponta Grossa Memória Viva / compartilhada por Luiz Carlos Kloster

A praça Barão de Guaraúna, que leva o nome do primeiro e único cabeça coroada de Ponta Grossa, Domingos Ferreira Pinto Filho, situada no coração da cidade, possui uma história peculiar. Desde os primeiros anos do século 19, o local era um espaço aberto conhecido como Largo S. João que, aos poucos, foi sendo urbanizado mediante a ação meio sem método dos moradores.

O cemitério deu lugar a um edifício

Num dos cantos da área original, onde se situa o Edifício Itapoã segundo memorialistas, abriu-se um cemitério que passou a atender a comunidade e que era o único do aglomerado urbano. Mais ao centro, anos depois, foi construído um templo dedicado a São Miguel (cuja denominação também se estendia ao cemitério) e que, então, passou a ser frequentado por imigrantes poloneses e seus descendentes, sob os cuidados de sacerdotes da mesma etnia que, obedecendo ao ritual católico-romano, rezavam as missas em latim e faziam as prédicas em polonês.

Preocupação dos vereadores

O campo-santo, pelo que consta, preexistiu à capela e, por volta de 1858, já se encontrava lotado de sepulcros, exigindo a abertura de outro local com a transladação dos restos mortais do antigo. Essa, aliás, foi uma das preocupações da primeira Câmara Municipal instalada no mês de dezembro de 1855. Com a vinda de imigrantes poloneses já às portas do século 20 e com o acentuado espírito religioso que possuíam, o local tomou outro impulso, não obstante a circunstância de que a maior parte do imóvel continuava a ser uma espécie de potreiro para vacas de leite dos citadinos e ponto de parada para carroceiros que iam e vinham, levando e trazendo mercadorias dos lugares mais distantes.

Um novo cemitério para PG

Por fim, em 11/10/1890, depois de muitos anos de projetos e planos e graças ao trabalho de pessoas como o Comendador Augusto Ribas, foi entregue à comunidade a nova necrópole que tomou o nome de São José, construída nos altos da “raia velha” (Rua Balduíno Taques).

Igreja do Sagrado Coração de Jesus

Em 1928, mercê do contínuo desenvolvimento da cidade, um grupo de fiéis, juntamente com os padres, decidiu reformar o primitivo templo que já existia nesse Largo e erigir outro, mais moderno e mais amplo. Surgiu, daí, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus [apelidada Igreja dos Polacos]*, construída em estilo gótico que, hoje, é o principal ponto de referência da praça que, nessa época, já possuía a denominação de Barão de Guaraúna.

Perfil da ‘Igreja dos Polacos’

Até hoje, depois mais de um século, ainda é possível identificar, na Igreja dos Polacos, as cabeças louras e os olhos azuis de homens, mulheres e crianças que, contritos, participam das missas domingueiras e das novenas à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, perfilhando a vetusta tradição católica de seus ancestrais. E os sacerdotes que ali oficiam, jovens a maioria, parece que ainda guardam algo do antigo rito, como a adoração ao Santíssimo Sacramento, que atrai muitas pessoas às celebrações.

*Nota do editor: A imagem que ilustra este texto de Josué Corrêa Fernandes foi publicada no Grupo Ponta Grossa Memória Viva, mantido no Facebook pelo Diário dos Campos e portal DCmais. Ela foi compartilhada pelo colaborador Luiz Carlos Kloster, que tem um projeto interessante de sobreposição de imagens atuais da cidade com registros de antigamento. No destaque está a atual Igreja Sagrado Coração de Jesus. Ao fundo, em preto e branco, o antigo Templo dedicado a São Miguel.

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