A origem da cidade de Ponta Grossa, encontra-se intimamente ligada a princípios cristãos. Lembre-se que, em agosto de 1727, os padres jesuítas receberam por doação o extenso imóvel em Itaiacoca. Nele instalaram um oratório para atender os habitantes da região. Em 1729, levantaram a Capela de Santa Bárbara, que é o primeiro templo católico dos Campos Gerais.
Anos depois, com a expulsão dos membros da Companhia de Jesus (1759), a Capela foi desativada e alguns estancieiros abriram locais de culto em suas próprias fazendas. Foi o caso de Domingos Ferreira Pinto (sênior) que instalou o oratório dedicado à Senhora Sant’Ana (1814), em cujo local, depois chamado de “Chácara Madalena”, foi erguida a atual Igreja de S. Sebastião.
Outros proprietários seguiram o mesmo caminho: o padre José Francisco Aranha de Camargo na fazenda da Praia e José Leite de Azevedo no bairro de Carrapatos (Guaragi). Mas esses oratórios encontravam-se distantes da estrada geral utilizada por viajantes e tropeiros.
O surgimento da Casa das Telhas
Daí, pessoas importantes abriram uma lista pública para angariar meios visando à construção de um prédio rústico dedicado ao culto católico (1818) bem à margem da estrada. Esse imóvel foi denominado de “Casa de Telhas” e passou não somente a atender os fiéis, mas também se constituiu em ponto de parada para tropeiros e suas tropas.
Meus ancestrais pela materna, Maria Fortunata de Santana e Felisbino José da Rosa, casaram-se na “Casa de Telhas” em 28/03/1826. Anos depois e em paralelo, foi construído um pequeno templo com paredes de estuque, numa das extremidades do Largo da Matriz.
A localização exata
Mas a exatidão do lugar em que foi erguida a “Casa de Telhas” é, ainda hoje, objeto de pesquisas e interrogações. Historiadores do passado, de forma genérica, situam-na junto ao Lageadinho ou Lageado Grande, ou Chácara dos Vilelas que, antes, fora chácara “Casa de Telhas”.
O engenheiro e escritor Francisco Lothar Paulo Lange, em “Os Campos Gerais e sua Princesa”, foi mais a fundo nessa questão: começa por identificar o Lageadinho como o atual arroio do Matadouro, que cruza a rua Catão Monclaro e prossegue até à rua Rocha Pombo, antiga saída para Castro.
Assevera, também, que o local onde a estrada corta o dito Lageadinho, era conhecido como “Buraco Quente” e que, mais adiante, antes da Chácara Thielen, mais tarde Seminário Redentorista e CEFET, é que ela cruzava o Lageado Grande. A exata localização dessa construção histórica, segundo Lange, pode ser entre as ruas Álvaro Alvim, Evaristo da Veiga, D. João VI e Mello de Morais, onde Rinaldo Guzoniafirma que, nos anos 1930/1940, ainda existia uma antiga casa.
