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Direitos das mulheres: uma luta de ontem e de hoje

Karina Janz Woitowicz*

O Dia Internacional da Mulher é uma data para comemorar conquistas, mas também relembrar uma história marcada por desigualdades e cobrar avanços nos direitos das mulheres. Neste ano de 2012, completam-se 80 anos do voto feminino, temos mudanças que ampliam as possibilidades de denunciar a violência contra a mulher na Lei Maria da Penha, registra-se um número crescente de mulheres assumindo posições de poder e lutando pela equidade no mercado de trabalho, bem como mulheres chefiando famílias.
Este cenário é resultado de um longo processo de lutas, embates e resistências, que foram aos poucos questionando as desigualdades históricas enfrentadas pelas mulheres. Foi preciso ir às ruas, fazer greves, levantar bandeiras, escrever, disputar espaços nas mais diversas esferas da sociedade para que alguns direitos fossem conquistados. Mas ainda há muito a ser feito para que as diferenças entre homens e mulheres sejam irrelevantes.
Basta olhar para alguns indicadores. Temos uma presidenta da República (o que não é pouca coisa!), mas a representação feminina ainda é extremamente modesta, o que coloca o Brasil em um dos piores rankings do mundo em participação feminina na política. Nas últimas eleições, nas prefeituras, foram apenas 9% de mulheres eleitas; nas Câmaras Municipais, cerca de 12% de vereadoras. O percentual se mantém entre deputadas estaduais (12,9%), federais (8,8%) e senadoras (14,8%).
Dados do DIIESE/SEPM de 2011 indicam que as mulheres dominam o trabalho não remunerado e informal e que há desigualdades no rendimento médio de homens (R$962,00) e mulheres (R$544,00), persistindo a divisão sexual do trabalho, ainda que as mulheres apresentem maior tempo de estudo. Os cargos de chefia nas empresas também reforçam esta diferença: 78,6% são ocupados por homens, contrastando com os 21,4% de presença feminina.
Estes dados revelam que há motivos legítimos para lutar pelo fim do preconceito e pela igualdade de gênero. Ao mesmo tempo, nos motivam a reconhecer o protagonismo de mulheres que, anonimamente, fazem a diferença e contribuem para melhorar a vida de muitas pessoas. Mulheres como Lucélia Clarindo, do Bando da Leitura, Tânia Mara Batista, da Sociedade Afro-Brasileira Cacique Pena Branca, Josefa Schimidt, da ONG Você Consegue, e tantas outras que, cotidianamente, se tornam personagens silenciosas na busca por uma existência mais justa e menos excludente para todos e todas.

 
* Jornalista, professora Dra. do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, coordenadora do grupo de estudos de Gênero e Mídia da UEPG.

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