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Desesperança

Consuelo Taques Ferreira Salamacha

Bom dia caros leitores. Este texto vai com um tom de dor interior. Tenho acompanhado algumas matérias e escritos de gente muito boa e confesso que meu coração está batendo diferente. Ultimamente minhas inquietações advêm de indignação pelo trato do Governo com a população. Falo de um descaso do Governo em suas esferas de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Indignação também pelo descaso da nossa população com o que acontece dentro do nosso país; pela costumeira aceitação do “tudo errado”.

Muito em breve teremos novos nomes para o cenário político. Mas o que efetivamente estamos mudando? Não basta somente mudar o quadro de pessoas, é preciso que as pessoas mudem as suas atitudes. Buscamos nos informar sobre quem e o que essas pessoas tem feito dentro de seus cargos e exercendo suas funções? Um quadro lindo do Brasil foi criado, mas, infelizmente, este retrato, não existe! Não é possível que o desalento e o conformismo nos toquem a alma de modo tão intenso!

A imagem do Brasil forte, país em ascensão, onde tudo é maravilhoso, está muito frágil. O Governo incute silenciosamente nas mentes de nossa gente que determinadas coisas são aceitáveis, são normais. Qual a razão de o Governo ditar regras por todos os lados, normas, decretos, leis que dizem respeito a vida de cada um? Será que a nossa liberdade de escolha não está sendo ameaçada? Um Governo forte dá exemplo de bem gerir a coisa pública, um governo forte dá mostras de que efetivamente lê os reclamos de seus cidadãos. Um Governo forte decide e coloca em primeiro lugar o interesse de uma coletividade e nunca o interesse pessoal. A promoção de um bem para o seu povo, de saúde, moradia, alimentação e salário dignos são exemplos de Governo forte.

Nunca se pode dizer que um país está em ascensão quando o seu povo se curva ou sua gente vê em tudo um meio de tirar proveito, uma forma de angariar vantagem. Negociatas, falcatruas estão impregnadas na alma das pessoas. O Brasil minha gente precisa de gente de cabeça aberta, de gente séria que sustente suas palavras, que diga o que pensa; que faz o que se propõe. O que temos observado é um movimento contrário, o nosso país que pode sim ser um exemplo para o mundo, está sendo deixado para trás por outros países onde as coisas são feitas em prol de uma população que trabalha seriamente, e, não importa o que aconteça.

Aqui, o que se vê infelizmente é o trabalho sendo levado como o observatório de uma ampulheta. Quem de vocês ao deitar os olhos sobre este texto, de imediato não traz à sua lembrança comportamentos de cidadãos que estão hoje no Governo e que exercem com vergonhosa maneira a sua função? Por certo muitos de vocês poderão manear a cabeça imaginando alguém que sinceramente fere o preceito do bem comum. Fere com a corrupção. Fere com sua altivez e prepotência, com sua mania de grandeza.

Já é tempo minha gente de mudar a estação. No dizer incomparável de Lya Luft, mudar “o inverno do nosso desalento”, fazer de nossas estações períodos de esperança! Pontuou ainda outro dia Denis Lerrer Rosenfield – filósofo contemporâneo cujo nome lembra bem a luta pela defesa da liberdade individual –: “considero uma agressão abster uma pessoa de seu livre-arbítrio, de sua capacidade de decisão, de sua individualidade…”. Em tão poucas palavras disse o óbvio! Somos direcionados a aceitar o errado, o mal feito como aceitável? Não minha gente! Há um ideal a ser perseguido! Devemos correr atrás dele. Não precisamos pagar pelo preço da coisa mal realizada! Por favor, lutem pelo país! Lutem pelos seus filhos, pela sua justiça, pelas políticas públicas, protestem, escrevam! Perdoem-me os que esperavam ler algo mais ameno, mas precisei – nas entrelinhas – dizer algumas verdades; e que a carapuça sirva para quem bem as desejar entender.

A autora é advogada 

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