Neste momento da economia em baixa e a nação carente de doses cavalares de ética e cidadania, o interesse por cuidar e motivar pessoas nas organizações é um aspecto comportamental decisivo para uma carreira bem sucedida, além de ser um facilitador nos negócios. O Center for Criative Leadership, situado na Carolina do Norte (EUA), publicou uma pesquisa que aponta profissionais e executivos de alta direção que chegaram ao posto máximo de uma organização, ou seja, a presidência ou a direção geral. As conclusões da pesquisa são ricas em reflexões e apontam para a conduta ética e algumas características de caráter como determinantes para chegar lá ou quase lá.
Carreiras semelhantes, mas nem tanto
O estudo se fundamentou numa pesquisa e amostra de 60 casos, divididos em duas vertentes. A primeira era composta de 30 CEOs bem sucedidos. A segunda era formada por 30 executivos com carreiras semelhantes e, teoricamente, promissoras mas que não conseguiram atingir o topo nas promoções.
Cuidar de pessoas é fundamental
O que dividiu os bem sucedidos daqueles que não chegaram lá, segundo o estudo, foram as características de personalidade e, sobretudo, o interesse em cuidar e motivar pessoas. Não é de hoje que as funções tradicionais da área de recursos humanos ou capital humano (motivar e desenvolver pessoas), são atividades que todos ocupantes postos de liderança devem estar aptos a realizar. Ou seja, algumas funções do RH não são mais exclusivas dos profissionais da área e devem ser incorporadas por todos, sejam chefes, gerentes ou diretores de áreas diversas.
Motivação a partir do engajamento
As novas estruturas organizacionais precisam contar com profissionais que saibam lidar com a próprias potencialidades e as limitações. Não existe mais o RH paternalista. O que é bem claro é que murros na mesa e sinais de autoritarismo não motivam mais nenhuma equipe a dar o máximo de si, ou seja, ao erro zero. Como consultor nas áreas de seleção de executivos e intermediação de negócios em processos de fusões & aquisições, vejo que o país precisa estimular e exercitar na sociedade o debate pedagógico de temas ligados à nossa história recente, presente e futura, sobretudo, questões como ética e assuntos que ampliem o exercício da nossa cidadania.
Frase:
Nem a arte nem a literatura têm de nos dar lições de moral. Somos nós que temos de nos salvar, e isso só é possível com uma postura de cidadania ética, ainda que isto possa soar antigo e anacrônico. (José Saramago)