Aceitar a realidade
Tenho conhecido alguns empresários que preferem manter distância de decisões que
venham a criar algum tipo de melindre no relacionamento com os filhos. Acontece
que ao agir assim o empresário não só mantém o problema como permite que ele
se acentue cada vez mais. Como diz o ditado, fingir que um problema não existe é
um bom caminho para que ele se complique cada vez mais. E há dois motivos para que um pai não tome uma atitude relativa a sua sucessão. O primeiro deles é a ilusão porque o amor de pai cria uma espécie de filtro sobre o que acontece na realidade.
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Não se omitir
Movidos pela ilusão, muitos pais costumam declarar que seus filhos se respeitam e que não seriam capazes de lutar entre si pelo controle dos negócios da família. No fundo, o pai está iludido sobre o que está acontecendo de fato entre seus filhos. O segundo motivo que leva um pai a não agir em relação à sua sucessão é a omissão. Neste caso, o pai sabe claramente que seus filhos irão se enfrentar numa disputa pelo poder na empresa. Entretanto, o pai não assume para si a responsabilidade pela determinação de quem será o seu sucessor. O raciocínio utilizado é evitar que os negócios prejudiquem o relacionamento familiar.
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Não repassar problemas
O problema neste caso, é que o relacionamento já está comprometido pela ambição dos filhos. Cada um deles já toma providências para garantir o seu quinhão. A recomendação para os pais é lembrar que o sucesso dos negócios da família aconteceu por conta da sua sabedoria como um gestor. E que um gestor realmente competente não repassa para o seu sucessor problemas que não teve capacidade de enxergar e, muito menos, que não teve coragem para resolver. Lembre-se: a plenitude, o mais alto estágio do sucesso empresarial de alguém é quando ele garante uma sucessão tranquila e sem traumas, não apenas para si, mas principalmente, para os seus familiares. Para a coluna Visão Empresarial
Luciano Salamacha