A história da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) principia há mais de quarenta anos e permanece o reflexo daqueles.
Fincada numa região semifeudal, reacionária, avesso ao pensamento filosófico, autoritária e reprodutivista, a universidade herdou todas estas pestes vergonhosas.
Poucas áreas institucionais legaram a comunidade científica nomes e contribuição de mérito. Ao longo dos anos a instituição foi se transformando num feudo onde os senhores lutam para preservar seus privilégios, às custas do serviço público e quem se opor no caminho corre sérios riscos de escurraçamento.
O momento é histórico e revolucionário. É preciso devolvê-la ao povo, a sociedade, aos estudantes, fazê-la honrar sua missão de fomentar o pensamento crítico-social, a alteração das leis científicas, a inovação na cultura e no desenvolvimento do país.
É necessário destacar a universidade no mundo das ciências sociais, humanas, letras e do desenvolvimento científico. Ela precisa experimentar duas vias nas quais, sexagenária, devia ter alcançado, ser pensada pelos filósofos e depois transformada por eles numa escola formadora e fomentadora de mentes independentes, criativas, autocríticas, ambiente de liberdade e discussão.
Não apenas o temor das mudanças vai desaparecendo no corpo discente, técnico-administrativo e professoral, como a ideia de que existe um poder eterno e não afetável pela lei histórica da mudança já não embriaga os velhos e enferrujados senhores que dela se apoderaram.
Se alguns acreditam que sempre caberá aos novos a subserviência e jamais a liderança, a história lhes ensina na marra que é preciso que o novo substitua o velho modelo, método, sistema de ensino.
A história aposenta a burocracia acomodada, a falta de inovação, o centralismo burocrático, a ideologia do carimbaço, o personalismo, o clientelismo, fisiologismo e o culto à personalidade.
Acir da Cruz Camargo, natural de Guaragi, historiador