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Uma vitória histórica em relação à transparência do Transporte Público! Como funcionaria o Bilhete Único?

Marcio Pauliki

 

Uma mãe sai de casa às 7 da manhã com seu filho pequeno nos braços. Ela precisa deixar a criança com a avó para poder trabalhar e garantir o sustento da família. Ela toma o ônibus e, para não ter que pagar uma nova passagem, entrega a criança pela janela quando o veículo para no ponto mais próximo da casa da avó, ou, para não pagar uma nova passagem se sair do terminal, entrega a criança por cima da roleta. No retorno do trabalho é o mesmo sofrimento. É pensando nessas situações que defendo a criação do Bilhete Único no transporte coletivo de Ponta Grossa.

Os vereadores entregaram o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tema. Uma das conclusões é a necessidade de promover estudos para garantir a viabilidade do Bilhete Único. O objetivo é que a população possa entrar e sair dos terminais de transporte coletivo sem pagar mais do que duas passagens diárias, apenas respeitando duas ou três horas de carência. Isso permite que as pessoas possam acompanhar seus filhos até a escola, ir ao posto de saúde ou CAS (que inclusive ficam ao lado dos terminais), ou paguem suas contas ou façam compradas gastando apenas duas passagens, uma de ida e outra na volta.

Realizei estudos de viabilidade onde poderia ser oferecido aos usuários que já pagaram duas passagens ao longo do dia o uso gratuito dos ônibus em horários de menor movimento. Na prática, isso significa que não haverá nenhum transtorno causado pela superlotação dos ônibus. Uma análise detalhada da planilha de custos da empresa e o aproveitamento total dos veículos que já estão em circulação me fazem afirmar que é possível oferecer essa melhoria sem aumentar o valor das passagens. O sistema identificaria os usuários que poderiam usar essa alternativa, bastando apenas programar as leitoras de cartão nos ônibus e instalá-las também na saída dos terminais.

A Câmara Municipal também aprovou esta semana o Projeto de Lei nº 270/13. A proposta obriga a empresa prestadora do serviço de transporte coletivo em Ponta Grossa a enviar diversas informações cada vez que solicitar um reajuste no preço da tarifa. Serão analisados a planilha de custos, a folha de pagamento, a quantidade de passageiros transportados, a quilometragem rodada e a qualidade do serviço.

Agradeço aos vereadores que votaram favoráveis ao projeto e aos que indicaram o Bilhete Único como uma das recomendações ao Poder Executivo Municipal. Assim como eu, eles são incansáveis na luta pela melhoria no transporte coletivo de Ponta Grossa. É com coragem, determinação, seriedade e transparência que vamos conquistar esses e outros benefícios para a população.

O autor é formado em administração pela UEPG, especialista em Gestão Empresarial pela FGV com cursos de extensão em Administração e Marketing pela London University (Inglaterra) e University of Berkeley (EUA)

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