em

Todos olham 2014

Ayrton Baptista

 

 

 

O governador Beto Richa convocou o ex-ministro Reinhold Stephanes para por ordem na casa em termos de arrumar as verbas que sempre são negadas ao Paraná, confiando no livre trânsito no Governo Federal e em outros possíveis aqui e lá fora, de que goza o paranaense que mais presença marcou em administrações diferentes nos últimos anos. Ponto para Richa, embora não se saiba o que vai ocorrer no próximo ano, uma vez que Stephanes é do novo PSD e hoje o partido forma ao lado da presidente Dilma Rousseff. Mas, vamos convir, nem tudo é eleição na vida de um político. E há tempo, ainda.

Diante dos últimos resultados eleitorais na capital e no interior, particularmente para as prefeituras mais significativas, Richa entendeu ter ao seu lado o deputado federal Ratinho Junior, detentor de milhares de votos em Curitiba e uma incógnita no interior em pleito majoritário. Eleitoralmente, Ratinho é uma esperança de mudança a médio ou curto prazo. Seu potencial em termos de voto é capaz de surpreender mais ainda. Ponto para Richa, embora não se saiba como ficará o PSC no ano próximo. Mas, como há tempo para isso, Richa fica satisfeito e Ratinho só pensa naquilo: são reuniões diárias com os prefeitos de todas as regiões.

Falta definir, em termos de importância de Stephanes e Ratinho, a posição do ex-governador Orlando Pessuti. Até ontem ele estava entre a Sanepar, com Richa, e Itaipu, com Gleisi Hoffmamm. Vai ter que decidir, até porque se é para ficar na mira de Roberto Requião, melhor é estar bem com o Governo. Mas que Governo? Se ficar com Richa, pode ver a sua amiga Gleisi ganhar em 2014; se ficar com Gleisi, pode ver Richa (revigorado) levar em 2014. No meio de tudo, os deputados do PMDB. Quanto mais tempo ficarem na espera, menos ganham. Os cargos passam, as posições idem, e eles só votando com o Governo daqui. Valerá a pena esperar mais? Valerá a pena marchar com Beto Richa, se no próximo ano terão que tomar outro caminho? Nesse particular, estão todos, Stephanes, Ratinho, Pessuti, deputados do PMDB, estaduais e federais, no mesmo barco, ainda que não se espere consiga Richa ou Gleisi levá-los a todos para o mesmo chão.

Por isso e tudo o mais é que se torna difícil apontar com tanta antecedência para que lado ir. Há perigo de ter que voltar. E de outro lado, não se espera que Gleisi Hoffmann e todo o poderio de nomes importantes do PT, aqui e em Brasília, possam dormir sobre os louros do momento, com posições de mando da República. Lula, Dilma, o marido Paulo Bernardo, a bancada federal, as repartições públicas que são mais preciosas que certos ministérios, os líderes de alas diversas do PT, os que se unem na hora do voto e da campanha, todos, mas todos mesmo, estão é esperando uma troca de comando em 2014. Mais, mudar completamente os nomes de origens políticas no Executivo paranaense. Até para não ter mais que falar em que sempre são os mesmos.

            Fica pendente, antigo no ramo, o senador Roberto Requião. Podem não gostar, mas se deixarem ele assim solto, sem compromissos maiores, ele poderá transformar-se em importante eleitor em 2014. Até dele mesmo, por que não?

 

Ayrton Baptista é jornalista.

 

 

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