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Terceiro mandato

                         

Ayrton Baptista

 

 

 

Em pleno alvoroço do julgamento do Mensalão, eis que é revelada pesquisa da CNT/Sensus apontando Lula com mais votos previstos para presidente da República em 2014. Se ele quiser, claro. Da parte da atual presidente nada se ouviu, Possivelmente seguirá a orientação de seu criador. Vai com ela mesmo, pois o próprio Lula tem falado que não mais iria disputar a chefia da Nação. A não ser que circunstâncias capazes de surgir até lá o façam rever a posição.

Cidadão do mundo, fora da presidência, mas exercendo com todo o vigor e alegria o comando do esquema do PT e adjacências, Lula pode se dar ao luxo de ficar onde está, sempre em toda a parte, sendo procurado para opinar sobre tudo. Não que ele seja polivalente. Mas o elevaram de tal forma seu ego, que disserta sobre o que lhe for indagado. Por que, então voltar ao comando seguindo os ritos naturais de cargo?Tudo, porém, pode acontecer.

         O levantamento CNT/Sensus coloca bem aos dois, Lula e Dilma. A princípio, o PT e seus aliados estão bem servidos. Seja com Lula ou com Dilma o grupo dominante vem como favorito mais uma vez. O PMDB, como nos últimos tempos, dará o vice. Tirar Michel Temer é difícil. Se for Lula, aí então talvez surja a oportunidade de mudança. Assim mesmo é problemático. O PT vai com um ou com outro, o PMDB segue sua missão e função preferidas, e há um séquito de partidos prontos a baterem palmas e se posicionaram como se integrantes do partido majoritário fossem.

         Há, entretanto, o julgamento do Mensalão. Vai machucar muita gente, acredita-se. Ou espera-se. Poderá seu resultado encerrar a carreira de alguns, inocentar outros, enfim, aguarda-se do Supremo um julgamento técnico. Talvez por isso o ministro Tofoli tenha permanecido, não se julgando suspeito. Talvez por isso, encontre-se uma maneira de Cezar Peluso votar mesmo às vésperas de sua expulsória dos 70 anos de idade.

         Seja como for, a política brasileira está em intensa ebulição. Um processo que dirá da culpabilidade ou não de líderes de expressão na área política, bancária e adjacências, deverá chegar ao fim em um mês, talvez mais um pouco. Estará encerrado um capítulo. Que fique sepultado o Mensalão. Este e outros que se falam ou que venham a falar. Esperar uma satisfação da política brasileira seria, como é, uma simples utopia. Mas o hino nacional poderá ser cantado com maior convicção após os últimos momentos do julgamento no STF.

         Com Lula ou com Dilma, ou ainda com Aécio Neves ou Eduardo Campos, palmas aos vitoriosos. Só que até lá, não só muita água vai correr, como será necessária uma atenção generalizada de todos, imprensa e entidades plenamente constituídas e do povo de um modo geral mais participativo. Todos numa mesma direção. Chega de fantasia, de embusteiros, o país precisa de seriedade, lá em cima principalmente.

         Ou então, que não fale mais em honestidade na condução dos órgãos de decisão. A expressão está muito desgastada. Deem uma folga.

 

 

 

O autor é jornalista.

 

 

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