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Princesa dos Campos & Marina Colasanti

Amélia Lara

“Eu sei, mas não devia” me empolgar em meu trabalho falando de tal autora, mas há algo mais forte que eu, é uma coisa “que dá dentro da gente… e que não devia”. Que vai automaticamente à flor da pele “que será que será…”. É como resistir aos paredões de nossa linda Princesa ou suas cascatas e seus extensos campos. É como ser obrigada a desfazer meu vínculo pessoal e intransferível com a Fazenda Iapar, ou ficar alheia às sombras refrescantes de Santa Bárbara ou até mesmo do sossego em se sentar por horas à beira do Rio São Jorge. É como resistir ao barulho d’água, o gozo do convívio familiar, à inspiração dos amigos ou a infinita ternura de Deus. Ou mesmo, apagar as recordações de cada conquistar de um filho, ou a não ser tocada com uma atitude de um cavalheiro gentil como meu amigo Milani que muitos admiram e eu também.

É como não perceber a presença que o “sabor do gesto” revela e que nossa identidade suscita de se conviver com a dignidade, atenção, presteza, vivacidade e alegria de Cida de Jesus. Eu não me acostumo com tons de alta voz, não me acostumo com a indiferença e tampouco com a fome no mundo. Em contraponto, eu me acostumo com a delicadeza de minha afilhada Milena Rodrigues e a amorosidade e leveza de meu afilhado André Lara. Das tardes de chimarrão acompanhadas de chocolate e doce de amendoim na casa de minha mãe. Com o jeito puro do amigo Juan Pablo do Chile, me acostumo ainda com o carinho e amizade de Luísa Fontes sempre a nos dar livros em época de academia, com a tenacidade Silvana Oliveira e a firmeza de Bira Araújo.

Oh, meu Deus! Agora, sem exagero, eu me acostumo com a doação da babá de minha filha, Márcia Reju, sempre risonha, incansável e prestativa, estas mesmas atitudes só se aplicam ao querido Casimiro Przepiura. Eu me acostumo ao sorriso da bela e pura Natália Reju, linda com sua face rosada e seu sotaque japonês. Com meu amigo Vilmar Silva e sabedoria. Com sublimes dons artísticos de Rafael Aggio Pedroso e atenção de Luan Bastos.

Eu me acostumo com os pratos generosos do José Teixeira com sua eficiência irritante na política, orador como ninguém e com Aida Franco, ambientalista e defensora dos animais. Juntos somos mais o “Trio parada dura”. Eu me acostumo aos embalos na casa de minha irmã Mari Lara que vão num passe de mágica de Chagas Leite à Shakira. Eu me acostumo com a sensatez de meu amigo de longa data, Xyko Ferreira, colecionador de minhas obras. Me acostumo à praticidade e a sinceridade da, ao aconchego da Valéria Carrilho. Eu Eleni Vagula me acostumo ao gesto de carinho de meus alunos, especialmente deste ano. Eu me acostumo a admirar o trabalho perfeito de meu irmão Vilceu. Das mãos de fada da chinesa Anny Chi, do hilário Marcos Thomé e do inigualável Sady e da amabilidade de Nádia Youssef.

Mas quem é essa mulher que me inspira a proferir palavras as quais poderiam deixar meus amigos talvez encabulados? Ela, que ao menor contato com seus escritos faz leigos, presbíteros e ateus pararem diante de meu quadro de fotos na parede, das passagens de minha vida, viagens onde “sei, mas não devia” localiza-se na centralidade pra que eu não esqueça da terra, do fogo, da água e do ar.

A autora é aluna especial do Mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade, da UEPG, com a disciplina Formação de Professores de Línguas, pós-graduada em Arte-Educação e Libras, professora de Língua Portuguesa e Espanhola, escritora e artista plástica 

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