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Porto de Paranaguá: eficiência e tecnologia

 

Beto Richa

Até um passado muito recente, eram comuns as históricas e intermináveis filas de caminhões na BR-277, carregados de grãos, em direção ao pátio de triagem do Porto de Paranaguá. De janeiro a maio deste ano, apesar de termos recebido 9 milhões de toneladas de grãos, entre soja, farelo de soja, milho, além de açúcar, o maior volume da história do porto, com o fluxo intenso de 155.672 caminhões, não foram registradas filas, ao contrário do que houve em outros terminais portuários brasileiros.

 

Em uma média aproximada, esse total de veículos seria o suficiente para cobrir 3.444 quilômetros, ou para formar uma fila de caminhões de Curitiba a Natal, no Rio Grande do Norte. Ou, em outra comparação, uma fila de cinco vezes de Paranaguá a Foz do Iguaçu.

 

No Porto de Paranaguá, acabamos com as filas. Como? Não fizemos milagres. Mas, trabalhamos com eficiência combinada à tecnologia: aprimoramos as regras, fizemos um amplo programa de comunicação para divulgá-las e intensificamos a fiscalização para vencer este problema que tanto atrapalhava o desempenho dos nossos portos.

 

É uma solução logística que envolveu a administração e os operadores portuários, caminhoneiros e transportadoras, concessionárias de rodovias, polícia rodoviária, enfim vários setores para conseguirmos este resultado importante para a economia paranaense e brasileira. Afinal, além da diminuição dos custos de transportes, o volume exportado é 12% superior ao movimentado no mesmo período no ano passado, que já foi significativo.

 

Há quase dois anos não registramos qualquer episódio de filas na BR-277 em função das exportações pelo Porto de Paranaguá. Apenas em maio deste ano, chegaram ao pátio de triagem 41.250 caminhões, 18% a mais do que o número registrado em maio de 2012.

 

Em maio, o Carga Online, sistema que ordena o recebimento de carga a granel pelo nosso principal porto, recebeu um reforço que auxilia ainda mais no trabalho para garantir agilidade no escoamento da safra e para acabar com as filas nas estradas. Os caminhoneiros podem consultar, por mensagem de celular ou na internet, se a carga a ser transportada já está cadastrada no sistema eletrônico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina.

 

O Carga Online só autoriza o envio de caminhões ao porto se há espaço em armazém para receber os produtos e navio já nomeado para carregar a mercadoria.

 

Essa solução logística estará acompanhada de outros projetos para garantir um escoamento tranquilo nas próximas safras. As licitações para a compra de quatro novos carregadores de navios estão em fase final. A troca permitirá um ganho de 33% na produtividade dos embarques do corredor de exportação, dando maior agilidade às exportações de granéis. Serão investidos cerca de RS 67 milhões de recursos próprios na compra desses equipamentos.

 

A Appa trabalha ainda em um processo de melhoria e ampliação do pátio de triagem. Já foram desapropriadas áreas no entorno do pátio que permitirão duplicar a capacidade do local, podendo ser atendidos dois mil caminhões simultaneamente.

 

Até 2014, nossos portos finalizarão uma série de melhorias nas áreas de infraestrutura marítima, terrestre, tecnologia, equipamentos e segurança, que somam investimentos que ultrapassam RS 400 milhões.

 

Além dos investimentos no setor portuário, há uma grande gama de projetos de melhoria da infraestrutura em todo o Estado, especialmente nos setores rodoviário e ferroviário, inclusive com a participação da iniciativa privada, visando dotá-lo para atender com eficiência não só as demandas atuais, mas também as que teremos no futuro. Elas continuarão evoluindo tanto em função de nossa grande produção agropecuária como da resultante de nosso parque fabril, fortalecido no último biênio por R$ 20 bilhões em investimentos de empresas nacionais ou estrangeiras que já atuam ou atuarão em nosso Estado.

 

 

O autor é governador do Paraná

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