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Política pré-histórica

Acir da Cruz Camargo

 

A tempestuosa força da mídia, incredulidade e passividade da população, interesse econômico das organizações sociais, deflagrou a pauta da próxima etapa eleitoral. Na particularidade paranaense as forças retrógradas que em 2011 retomaram o poder utilizando-se do culto à personalidade, do velho fisiculturismo collorido, que apelaram a ilusórias e demagógicas soluções dos problemas sociais consideradas não resolvidas em governos anteriores, fracassaram e a História decreta seu final. Se comprometeram de antes, se organizaram no submundo dos interesses de classes e grupos que financiaram suas campanhas sob o pacto da fidelidade catecismal e dogmática da cartilha neoliberal através da qual, encontram argumentos que relegam o povo e o público ao infortúnio e obstaculizam, desta forma, o autêntico progresso material.

O imediato recurso que lhes resta é o apelativo discurso de que suas vidas, em plano pessoal, sofre ameaças pela combatividade que emprestam a corrupção agora. Há um difuso moralista conservador e que festejam no bandejão da pseudoética política. Na calada da noite e nos bastidores investem contra as políticas sociais inclusivas, o que nem conseguem esconder nos discursos evidentes. O município reproduz a tragédia. Não possui cientistas sociais corajosos, comprometidos com o elemento popular. Estes estão contentes com seu salário. Afunda-se num denso processo de alienação cultural, econômica e política. Os nomes que oferecem no cenário representa a herança do pior, distante do que seja popular, democrático, justo e progressista.

O modelo político nacional impede que os poderes federais processem a superação das desigualdades e é este que unifica essa diversidade de candidatos, variando apenas a extensão da ganância pessoal. Faltam à cidade, políticos novos e progressistas e permanece a cultura política pré-histórica. Golpe ardilmente aplicado pela ofensiva ao empobrecido povo do município, que equivocado, julgará estar votando em contrários e contraditórios. Portanto, se transforma em tarefa revolucionária ao estudantado, às associações de moradores, aos comerciantes que dependem do povo para sobreviver, conferências e grupos de mobilização, expor o quadro ideológico, na rigorosa concepção do mestre, de modo que a sociedade freie a onda de conservadorismo que se consolida e se fortalece às custas  do senhorio e do neoliberalismo.   Desmistificar os conceitos que confundem consciências, demonstrando com evidências intelectuais e científicas a falsidade dos temas políticos em voga, verdadeiras armadilhas do personalismo doentio dos políticos, plenos do vazio incalculável na pasta dos programas de cidadania, justiça e educação.

Há personalismos, mas não programas de inclusão social, políticas públicas que se proponham resolver as contradições do nosso pleno desenvolvimento, que tenham sido enumeradas na longa e secular lista das deficiências no planejamento social, na substituição de conteúdo cultural e ideológico, no compromisso de colocar em prática um projeto de caráter popular, que leve em conta a recuperação econômica e o resgate dos que foram expelidos da cidadania e jogados na sarjeta da indigência. Falta em todos os campos visão progressista que converta o estado de letargia do nosso povo, alienado propositadamente da política, da participação nas decisões fundamentais de seu destino, em condição de partícipe, consciência livre e espírito comprometido com os destinos do município, desejoso de agir em coletivo.

 

O autor é historiador – accamargopr@yahoo.com.br

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