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Para se fortalecer é preciso exercitar

Foto: Divulgação

Hoje eu poderia falar sobre a doce ditadura da maioria, mas penso que seja mais proveitoso tentar chamar a atenção para tênue linha entre o ter consciência e praticar. No alto dos seus quase 70 anos minha avó foi levantar um balde água e teve uma séria lesão na coluna que a incomodou até seus últimos dias. Ela sabia e tinha consciência da importância do exercício físico para sua saúde, mas isto não a levava a exercitar com frequência o que determinou uma série de dores e desconfortos para o resto de sua vida por tentar levantar um simples balde de água.

Quantas histórias semelhantes conhecemos em nosso meio, mas o que eu gostaria de chamar atenção está no fato de que nada material neste universo se fortalece sem a prática frequente e ininterrupta do exercício. Os pilares da vida em sociedade são batizados pelos mesmos princípios do Associativismo e é exatamente no associativismo que encontramos os melhores meios para o exercício dos pilares. Estes pilares são exatamente como músculos que mantém toda a estrutura orgânica da sociedade e como tais devem ser exercitados para que se fortaleçam.

Somente o exercício constante e diário da liberdade, da democracia e da solidariedade é capaz de construir uma sociedade justa, harmoniosa e próspera. O mesmo vale para qualquer instituição humana.  A liberdade é um exercício de escolha da qual temos consciência que nos tornaremos escravos da consequência. Diferente da libertinagem que aufere livre escolha a todo instante e nos torna inconsequentes. O exercício da livre escolha deve ser acompanhado do compromisso com a consequência, senão não passará de mazela de filhos mimados. Já o exercício da democracia é estar disposto a aceitar a decisão da maioria mesmo que isto esteja contra os seus ideais.

Vale notar que se em determinado grupo estão indo contra os princípios morais que você não abre mão, você não está no lugar certo. Falo aqui das decisões que permeiam a vida em sociedade, seja ela uma cidade ou um pequeno núcleo como a família. Ser democrático é aceitar a doce ditadura da maioria mesmo que contrariado. O mesmo princípio nos assegura o direito ao debate tempestivo e respeitoso e o direito inalienável de tentar influenciar o grupo. Lembre se, influenciar não é manipular.

Enfim no exercício da democracia podemos exercitar a solidariedade, aceitando que o que é bom para a maioria com certeza será bom para mim mesmo que no momento possa parecer que esteja perdendo ou sendo derrotado. Ser solidário não é ser bondoso, caridoso ou complacente, mas sim exercitar a compaixão e o espírito cooperativista que te liberta da escravidão da competição. Enfim, aceitar livremente a opinião da maioria para cooperar com a construção de um relacionamento social é o ápice da cidadania. Bem-vindo à doce ditadura da maioria, bem-vindo ao associativismo. Associar é o caminho vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo, formado em Filosofia e Administração

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