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O tempo de Deus

*Consuelo Taques Ferreira Salamacha

 

Hoje senti que deveria deixar o coração falar. Tem algum tempo que me perguntam por que não escrevo mais. Em verdade entendo que o nosso coração precisa estar motivado para que possamos produzir. Do ponto de vista da emoção, há necessidade de um impulso. Em minha cabeça, neste momento, me vem à imagem muita gente. Pensei que nesse escrito deveria me reportar a vocês todos com quem falei nestes últimos tempos e que me perguntaram sobre estes rabiscos. Agradeço de coração o carinho. A minha proposta hoje é dizer um pouco da vida. Das surpresas que temos todos os dias.

Olho para o relógio e me parece que o tempo tem voado. Ainda outro dia ao atender alguém, esta pessoa me disse: não quero chegar aos 40 anos e ver que nada fiz por mim. Percebi que aí me veio o impulso. Estamos construindo para nós mesmos todos os dias. Construímos no amor que damos, no sorriso que distribuímos. Na paciência com que escutamos. Construímos ao acordar cedo e preparar o café. E, às vezes, ao receber um café preparado! Isso é construir a ponte para os 20, para os 30, enfim para qualquer idade.

Mas, sempre se quer mais… Neste mundo de insatisfações sempre o querer vem antes. A satisfação com as coisas mais importantes é posta de lado. Sublimei muita coisa é fato nestes últimos tempos, e tenho certeza de que muitos de vocês o fizeram também. Como isso é difícil! A capacidade de aceitar que a vida oferece recompensa é o que nos põe em pé todas as manhãs. Gostaria também de dizer a quem me segue nestes minutos que a vida é um encanto e que nada justifica desistir no meio do caminho. Digo isso em razão das falas que me chegaram, das dores compartidas. Digo que foi mais um ano maravilhoso, mais um tempo de vitória e quem é bom entendedor e me conhece, sabe o que isso significa… Divido também a alegria de poder ver através da janela da alma. Isso tem sentido na medida em que se abrem caixas mágicas e segredos desaparecem; desvendam-se personalidades que chamam a atenção, novos seres, que, dotados de luz própria, nos amparam na vida.

Uso essa linguagem com você, meu caro leitor, por entender que possui essa capacidade de se ver por aqui. Escrevo para meu amado público fiel e que navega nessas linhas como que sentado em um balanço, numa rede. Nessas minhas falas, imprimo, costumeiramente, um sentido que somente quem ‘se vê’ consegue entender.

Vejo-me aqui. E você? Se imagine em um balanço com vento na face, livre, no final da tarde e dê o seu recado simples para a vida. Sei que há sutil diferença entre o nosso tempo e o tempo de Deus. Entre as nossas escolhas e o que já está determinado. Ainda espero com serenidade poder desfrutar de muita coisa simples nesta vida e o instigo a fazê-lo. Nada terá sentido se no final do tempo de Deus não nos chegar à compreensão de que tudo isso valeu a pena. Valeu muito!

 

 

*A autora é advogada

 

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