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O silêncio da conivência e a falta de transparência

Cíntia Xavier

Na surdina, na última segunda-feira, o governador Beto Richa sancionou o aumento para 4 mil cargos comissionados do executivo. O termo na surdina é pertinente uma vez que a notícia da revisão dos salários para os cargos em comissão só foi divulgada depois que teve o aval final do governador do estado. Aumento este que chegou a 128%. Enquanto isso, os professores das IEES lutam por uma revisão de carreira que vai acarretar em média uma melhoria de 37% nos salários dos professores. A negociação dos docentes com o governo estadual se deu ao longo de todo o ano de 2011, e por ora permanece sem resposta por parte do governo.

Como entender uma política de governo que alardeia para todos os cantos dificuldades financeiras do estado, dizendo não poder conceder aumento para outras categorias e no momento seguinte aprova uma melhoria de salário dessa natureza? Mais uma vez podemos constatar a falta de preocupação, comprometimento da nova administração do estado para com o ensino superior do estado do Paraná.

Mais uma vez o estado olha para as universidades estaduais como despesa, não como local de desenvolvimento científico e tecnológico, capaz de trazer crescimento para as regiões em que estão inseridas, por consequência para o estado todo.

O governo é incapaz de perceber que ao deixar de remunerar de forma satisfatória um professor qualificado perde mais do que economiza. O governo do estado corre o risco de perder o professor no grau máximo de qualificação e ter um custo ainda incalculado para repor e qualificar um novo professor. Isso porque os concursos públicos são caros, sem contar a necessidade de oferecer condições para que o professor chegue à mesma qualificação do professor que se demitiu.

Não podemos aceitar que a educação superior ainda esteja fora das prioridades do governo do estado. Não dá para deixar que a universidade, que atualmente é um braço avançado do governo nas regiões onde o próprio estado tem dificuldades de chegar, seja relegada, na melhor das hipóteses, ao terceiro nível de prioridade para a atual gestão do estado. O professor que desenvolve pesquisa, que faz extensão, que se dedica às atividades de ensino precisa ser valorizado, porque as instituições de ensino superior precisam desta valorização.

A autora é presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG – Sinduepg-andes/SN 

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