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O que é mobilidade urbana?

Ana Maria Branco de Holleben

Apesar do nome indicar claramente, o conceito de mobilidade urbana reúne aspectos que vão muito além do número de vias ou a duplicação delas. Tem conexão direta com a cultura de um povo e de como as pessoas utilizam os meios de transporte disponíveis no espaço público; inclui também o nível de renda e de escolaridade, a densidade demográfica de uma região (seja uma cidade, bairro, estado ou país), a qualidade do transporte público, a possibilidade de integração entre os meios de transporte, além claro, da pontualidade, essencial para o brasileiro que bate cartão.

Quando falamos de mobilidade urbana, também é necessário que tenhamos uma mínima ideia, preferencialmente através de uma pesquisa ou estudo sério, de quais são os motivos que levam as pessoas a se deslocar diariamente, que tipo de transporte utilizam e com que frequência, além do nível de segurança que cada meio proporciona.

Após o levantamento desses dados, então é a hora de agir com campanhas educativas, abertura de ciclovias, melhora na qualidade do transporte público, sinalização e duplicação de vias onde houver necessidade, dando à população melhores condições para um transporte seguro, rápido, confortável e, principalmente, a um baixo custo.

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em janeiro desse ano, nos dá alguns indicadores que podem auxiliar na elaboração de plano amplo de mobilidade urbana para Ponta Grossa. Segundo a pesquisa, no Sul do país, o transporte público é o mais utilizado pela população, com percentual de 46,3, seguido do automóvel, com 31,7%, moto com 12,4%, a pé com 7,6% e bicicleta, 2%.

O trabalho do Ipea é bem extenso e pode ser conferido por todos no site www.ipea.gov.br. A minha pergunta é: qual a realidade em Ponta Grossa?

Em 2005, apresentei um projeto que previa um estudo de impacto ambiental, econômico e de mobilidade urbana a cada nova construção na cidade, mas o projeto foi descartado na Comissão de Justiça porque o consideraram inconstitucional. Se ele tivesse sido aprovado, quem sabe muitos dos gargalos que estrangulam o tráfego em Ponta Grossa não existiriam e, como já salientei na Câmara de Vereadores, não estaríamos a nos preocupar com o caso do Bairro Santa Paula. Lá, acontecem hoje investimentos de vulto, como um hipermercado e um grande condomínio, o que pode comprometer seriamente a mobilidade urbana naquele local.

Saliento que não se trata de desprezar esses investimentos, muito pelo contrário. O que precisamos é de pesquisa, planejamento e ações efetivas e coordenadas, sob a pena de sempre correr atrás de solução para os problemas antigos, já sabendo que outros vão surgindo conforme a cidade cresce sem planejamento, com graves consequências para a população.

A autora é vereadora pelo PT, em Ponta Grossa 

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