Menu
em

O PLANO REAL DO GOVERNO DILMA

Jorge dos Santos Avila

 

 

 

Aproximadamente dezesseis meses depois de tomar posse, parece que o governo Dilma finalmente tem uma agenda para se trabalhar. Se no governo FHC essa agenda foi o combate à inflação, no governo Lula uma guinada mais para o social, o governo Dilma, ao que parece resolveu enfrentar a questão dos juros. Já era tempo disso acontecer. O brasileiro passou as décadas de 80 e 90 numa guerra constante com a inflação. Vinha plano, ia plano, a curto prazo havia uma pequena melhora, mas a meio e longo prazo tudo voltava como era, inflação astronômica.

O Índice de Preços ao Consumidor deu um salto dos 13% em 1973 para a casa dos 33% em 1974. O número da inflação fica assustador se pegarmos um período maior, de dezembro de 1979 a julho de 1994, a inflação acumulada chegou a 13.342.346.717.617,70% (treze trilhões, trezentos e quarenta e dois bilhões, trezentos e quarenta e seis milhões, setecentos e dezessete mil, seiscentos e dezessete vírgula setenta por cento). Pegando o mesmo período de quinze anos (julho de 1994 a dezembro de 2009), temos apenas um acúmulo de 196,87%, argumento suficiente para afiar que o plano real deu certo, e que o monstro da inflação adormeceu.

A economia brasileira amadureceu, e principalmente, o partido dos trabalhadores amadureceu. Lula não decretou a moratória, muito pelo contrário, respeitou o legado econômico deixado por FHC, respeitando, por exemplo, as políticas de superávit primário e de câmbio flutuante. Devido a esse amadurecimento, é chegada então a hora de combater os juros, e essa tem sido pauta constante do atual governo, tendo os últimos anúncios, deixado em segundo plano para mídia e para a população a CPI mista que tramita no Congresso Nacional.

Muitos se perguntam, porém, se era necessário mesmo o governo mexer nas regras da poupança. Tal medida se fez necessária, tendo em vista que com os cortes constantes da taxa básica de juros (Selic), a poupança ficaria mais atrativa do que os fundos de investimentos e títulos públicos, e poderia ocorrer uma migração dos grandes investidores para a poupança. Para entender o impacto que isso causaria na economia, é preciso entender o que acontece por de traz dos investimentos.

Os fundos de investimentos e títulos públicos são utilizados para que o governo se financie e, na prática, role a sua dívida. Já quando um cidadão investe na caderneta de poupança, obrigatoriamente 65% disso, é utilizado para financiamentos de habitação, seja o banco público ou privado. Deixar que por meio das quedas de juros, ocorresse a migração de um para outro, seria alterar o equilíbrio da economia.

Tais medidas dando certo, o monstro dos juros altos iria repousar junto do mostro da inflação, repetindo, portanto, o sucesso para a questão dos juros, o que foi o plano real para a questão da inflação, sendo o próximo passo, atacar os altos tributos.

 

 

 

O autor é bacharel em Administração e Acadêmico de Ciências Econômicas (UEPG)

 

 

 

Olho: É chegada, então, a hora de combater os juros

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile