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O Brasil e sua história não tão pacífica

Mario Eugenio Saturno

O Brasil tem uma história curiosíssima. Foi descoberto pelos portugueses em 1500, liderados por Pedro Álvares Cabral. Mas, tinha como navegador Américo Vespúcio que deu o nome ao continente. Já pensaram se Cabral tivesse a honraria? Hoje seria Estados Unidos da Cabrália… Embora culpemos os portugueses pelo nosso subdesenvolvimento, a história foi generosa com nosso país.
Napoleão Bonaparte, ao invadir Portugal, definiu nossa história, juntamente com a da América Espanhola. A fuga da Família Real em 1808 e a transferência da capital do reino de Lisboa para o Rio de Janeiro determinaram nosso destino. Napoleão desencadeia um processo de independência que esfacelou a América Espanhola, enquanto o mesmo fato consolidava o grande país que já era o Brasil, conquistado pelos bandeirantes de São Paulo, principalmente durante o período da união das coroas portuguesa e espanhola de 1580 a 1640, já que os espanhois não tinham porque reclamar.
Em 1822, Dom Pedro I, as margens do Ipiranga (SP), dá o brado Independência ou Morte livrando o Brasil do jugo português. Isso após algumas batalhas contra as tentativas de recuperação. Na verdade, foi uma independência tardia, já que em 1810 já declaravam sua independência o México, Venezuela, Argentina, Uruguai, Paraguai… Os Estados Unidos iniciaram sua independência em 1775. Fato curioso foi que em 1831, nosso imperador abdica e vai ser Dom Pedro IV de Portugal, libertando também aquele país do absolutismo. Enfim, são fortes os indicativos que nossa independência foi arquitetada mesmo por Dom João VI.
O jovem Pedro II, nascido em 1825, teve que enfrentar diversas guerras internas de independência. Foram três revoltas de escravos, a Revolta das Carrancas, em 1833, em Minas Gerais; a Revolta dos Malês, em 1835, em Salvador; e a revolta de Manuel Congo, em 1838, no Rio de Janeiro. E várias rebeliões: Cabanada (1832 – 1835) em Pernambuco; Cabanagem (1835 – 1840) em Belém, que dizimou 20% da população da província; o Levante dos Malês (1835) em Salvador, 600 escravos de orientação religiosa muçulmana, alfabetizada em árabe, foram também dizimados; Sabinada (1837 – 1838) em Salvador;  Balaiada (1838 – 1841) no Maranhão; Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835 – 1845) no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apesar de não ganharem a guerra, podemos dizer que foram vencedores já que negociaram a paz. Os gaúchos voltariam a mandar no país em 1930 quando derrubaram o governo de Washington Luís e colocaram Getúlio Vargas, que se tornou ditador e levou os paulistas à revolução constitucionalista.
Parece incrível ouvirmos que o Brasil é um país tropical que tem um povo adepto da paz e é exemplar na convivência pacífica entre diferentes povos e credos. É um fato, mas a história mostra que os brasileiros também podem ser ossos duros de roer.

O autor é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)

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