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München? Fest?

 

Findo a 23ª München Fest, resta-nos fazer algumas considerações sobre o evento, visto que tais considerações – quando ouvidas – podem servir como uma valiosíssima fonte de informação para a organização da próxima festa. Cerca de 115 mil pessoas prestigiaram o evento,  quando o esperado, segundo a Secretária de Cultura, era um público de 150 mil pessoas. A esperança do público recorde brilhava apenas nos olhos dos organizadores de uma festa que foi planejada dentro um gabinete, ou quiçá, de escritórios empresariais. E o outro lado? Aqueles que realmente investem pesado, que prestigiam, aplaudem, cantam e dançam? Seriam eles marionetes da aventura dos organizadores ou poderiam ser verdadeiros “assessores”, que conduziriam, com sua opinião, a destinação das negociações e atrações da festa? Bom seria se houvesse essa participação. Alguns dizem que esse “tradicionalismo alemão” não passa de um sofisma, que tal estilo não é levado em conta pelos espectadores do evento. Talvez tal afirmação tenha um fundo de verdade, até porque ninguém adentraria ao Centro de Eventos e ficaria de braço cruzado reclamando de tudo. Mas poderia ser melhor, poderia ser diferente. Aliás, digno de consideração é o fim social que a festa destina, auxiliando o SOS com a comercialização de produtos típicos. Mas, é aí que já entra a primeira contradição: uma venda de produtos típicos de alemães e um evento sem o caráter alemão? Como assim? Entendemos direito? Então viva a Efapi! Que não ilude seus espectadores com falsos vestidos e um marketing forçado. Que é fiel ao estilo rural e a música sertaneja! E a München Fest? Sinônimo de piada! Onde ir trajado é sinônimo de ser taxado, onde a recepção do local é feita por um carro de som com música eletrônica (por que não uma banda alemã?) e onde as atrações principais não atendem a diversidade musical da cidade. Atenhamos as declarações da secretária de Cultura, numa TV local em data de 03 de Dezembro, referindo-se à München como uma festa sertaneja pois, segunda ela, “a população de Ponta Grossa é sertaneja.” Creio que o vidro de tal gabinete esteja um pouco embaçado, pois essa visão municipal sobre os estilos musicais está aquém da realidade. Ora, sejamos lógicos, se a população é sertaneja e quase todos os shows foram com essa temática, porque a edição de 2012 não atingiu as 150 mil pessoas? Lembro que em 2010, a mesma secretária viajou para a Oktober de Munique (Alemanha), com o propósito de trazer inovações para a festa local. E aí? Qual foi o resultado dessa viagem? Trouxe algo que melhorasse o evento? Aliás, onde está a prestação de contas da München Fest de 2011? Tudo isso não foi respondido – e duvido que seja. A falta de questionamentos dá carta branca para que nossos administradores de gabinete façam e desfaçam o que bem entenderem. E nós, reles cidadãos, que cuidemos de nossa marreca. 

 

Paulo Pereira é acadêmico do Curso Bacharelado em Direito – UEPG

 

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