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Müchen Fest, Efapi, shows musicais … ou nada?

 

Na última semana, uma lei radical foi aprovada em primeira votação na Câmara Municipal de Ponta Grossa, sem a devida discussão aprofundada que merece. Trata-se do polêmico projeto da bancada evangélica, no intuito de proibir patrocínio oficial para festas onde exista consumo de bebidas alcoólicas; o que praticamente sepulta eventos tradicionais como a Müchen Fest, por exemplo. Parece o típico caso de quem não tem proposta melhor para apresentar e acaba lançando mão de puritanismos, que tem forte apelo entre aqueles que veem pecado em tudo. É uma postura fundamentalista, tosca e preconceituosa, digna de uma Câmara superlotada de vereadores, mas carente de boas ideias.

O texto parte do princípio de que se o cão tem pulgas, então tem que matar o cão. Ora, se há excessos durante um evento como a München Fest, então que combatam estes, dentro da legalidade, porém, não é interessante acabar com a festa que coloca a cidade no mapa e calendário nacional de eventos. O que se faz necessário é mais rigor no controle fiscal da festa e maior transparência e rapidez nos números divulgados, bem como o fim da farra de distribuição gratuita de ingressos e estacionamentos para a Corte do Executivo e Legislativo local do turno, afinal, privilégios custam caro. A festa precisa ser profissional na organização e moralizada financeiramente.

Várias cidades do Brasil e do mundo tem grandes eventos para se promover turisticamente e exemplos bem sucedidos não faltam. A Oktoberfest de Blumenau surgiu para levantar fundos aos desabrigados de uma enchente em Santa Catarina e hoje, é uma das maiores festas do país; bem organizada e extremamente integrada aos seus habitantes, trazendo muitos benefícios àquele município. A Oktober de Munique, na Alemanha, tem trinta dias de duração e que ninguém ouse em tentar acabar com ela, pois corre o risco de ser afogado num barril de chope. Como sabemos aquele país é um entre os mais desenvolvidos do mundo e aonde ninguém sai embriagado ao volante ou a pé, cometendo crimes impunemente. Ou seja, não é o fato de se permitir um evento em que se consome álcool, que traz problemas para a comunidade, mas sim a falta de educação e punição de uma minoria que a compõem.

A Müchen é uma festa popular, para que pessoas de todas as classes sociais tenham condições de celebrar mais um ano de muito trabalho, assistindo a shows de grandes artistas, em nome do seu lazer, que já é tão escasso na cidade. Acabar com este tradicional evento é restringir um pouco mais a alegria do povo. Além de desprezar o fato de estarmos nos tornando uma referência nacional na produção de cerveja.

Adolf Hitler e Benito Mussolini não bebiam nada alcoólico e, não é preciso dizer a tragédia humanitária que causaram. Já Jesus Cristo, em seu primeiro milagre transformou água em vinho, em uma festa de casamento. E não há pastor no mundo que possa renegar a história nem a passagem bíblica, portanto: por que tal hipocrisia por aqui? Talvez por que não exista mais o que fazer na Câmara, além de barganhar cargos comissionados para seus fiéis eleitores e criar leis absurdas como esta.

 

Sandro Ferreira, cidadão de Ponta Grossa

 

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