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Lula ainda pode vir

Ayrton Baptista

 

Não se fala alto, mas nos bastidores e no cochicho o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta à ordem do dia. Ele ainda pode ser o substituto de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais do ano próximo. E se isso acontecer, já larga como favorito, talvez nem dando esperanças para que Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva continuem confabulando para enfrentar Dilma e torcendo em levar o pleito para o segundo turno.

É inegável os problemas econômicos pelos quais o país atravessa, sobremodo a inflação fugindo às medidas governamentais. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, diz acreditar em que o problema será enquadrado devidamente nos próximos meses e que a meta será cumprida em termos de crescimento do PIB. Há, entretanto, enfaro quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenta justificar com promessas mensais os problemas de cada dia.

Nunca tendo disputado uma eleição, Dilma foi eleita por Lula em 2010. Sua candidatura à reeleição é óbvia e natural. O ex-presidente, por sua vez, percorre a América Latina, faz votos de apoio a Evo Morales, presidente da Bolívia, ainda que este não libere o senador de oposição, Roger Pinto Molina, abrigado na embaixada do Brasil. O sucessor de Hugo Chaves, Nicolás Maduro, da Venezuela, tem o carinho de Lula. E de Dilma. No Equador, Rafael Correa ganha fácil, com os aplausos da dupla brasileira. Tudo conforme o figurino que todos sabemos e esperávamos. É uma questão ideológica, pré-anunciada.

Mas quereriam os petistas o retorno de Lula ou a torcida é por Dilma? Há quem diga que 10 entre 10 dirigentes do PT preferem a volta do retrato do ex-presidente às paredes oficiais. Para tanto, não deixam de louvar a competência da atual presidente, ainda que ressaltando ser difícil de conviver sob suas ordens. Os partidos aliados não se amedrontam e cresce a fila dos que já receberam publicamente reprimendas da presidente.

Se Lula quiser, alguém divida de sua habilidade para contornar esses e outros problemas? Pode-se fazer restrições ao modo de governar do ex-presidente, de sua postura imperial no comando do seu partido e perante os demais aliados. Nesse caso, convenhamos, pode ocorrer um empate com Dilma, mas é evidente que a habilidade de Lula é notável e vem de longa militância, desde os tempos do sindicalismo.

Lula candidato, abala os que hoje se apresentam como principais adversários de Dilma Rousseff. Aécio, Marina e Campos, todos jovens em termos eleitorais e políticos, podem dar tempo ao tempo. Só que, Lula eleito, quem tirará ele de outra reeleição

Daí porque a eleição de 2014 já começou. Na verdade, logo após a posse de Dilma. Ela, parece, não soube conduzir o barco em termos de prestígio eleitoral. Ele, Lula, navega, aguarda, sabe que ele é quem vai decidir. A meta do PT pode ser ajustada em anos. A vibração dos petistas é de que oito anos de Lula, quatro de Dilma e possíveis mais oito de Lula somarão 20. Em anos passados, esta já foi a meta dos tucanos. Ficaram na meta. No Paraná, Gleisi Hoffmann bate palmas. Sua preocupação se restringe, apenas, a Beto Richa.

 

O autor é jornalista.

 

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