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Julho com sabor de infância

Livro As laranjas do mês de julho. Ilustração: Mar Carlins

No mundo dos adultos não é bem assim… mas, na infância, o momento mais esperado no meio de ano continua sendo ele: o mês de julho, o mês das férias. Com o passar dos anos, essa pausa tem ficado cada vez menor (antes durava o mês todo, agora são semanas ou poucos dias). Seja como for, esse período do ano continua nos lembrando de que, em alguma época de nossas vidas, fomos crianças e, pra nossa sorte, há sempre um livro literário para nos lembrar disso. É o caso de “As laranjas do mês de julho”, escrito pela Joeli da Paz Gelinski e ilustrado pela Mar Carlins.

Dividido em capítulos curtos, o livro apresenta cenas pitorescas que se passam na casa do vovô, repleta de animais, rodeada pela natureza e árvores frutíferas, como as laranjeiras. Cada cena é cuidadosamente narrada pela Juju, a neta curiosa e simpática que curte suas férias de julho nesse lugar encantador. Cada página é um convite para o retorno à infância, como o aconchego da cama quentinha na casa dos avós:

“O quarto em que eu dormia era pequeno. Tinha uma cama bem fofinha com um cobertor e um acolchoado de lã de ovelhas. Vovó me mostrou como ela fazia os acolchoados. Era trabalhoso. Vovô tirava as lãs das ovelhas no verão, e vovó lavava bastante até elas ficarem cheirosas. Depois ela desfiava aquelas lãs com as mãos para ficarem macias. Ela costurava estas lãs em um tecido e fechava. Para mim, isto era um edredom. Mas minha vozinha chamava de acolchoado. Eu me enrolava naquela coberta fofinha e ficava bem quentinha naquelas noites frias lá do sítio.”

A maciez do acolchoado, a maneira trabalhosa com que é feito e até o cheirinho dele… tudo eu consigo imaginar daqui! E você? Esse é um dos poderes da literatura, nos transportar para outros lugares sem sair do nosso. O que está esperando para ler o livro e experimentar essa sensação?
No fundo, no fundo, o livro da Gelinski e da Carlins não é somente sobre férias, julho e laranjeiras… mas também sobre lembranças, daquelas que ficam para a vida toda, como a própria Juju revela: “Meu coração sempre voltou para aquele lugar que tinha uma estrada cheia de árvores com bolinhas alaranjadas”. Afinal, não importa por quanto tempo estejamos imersos na fase adulta, querendo ou não, o mês de julho terá sempre sabor de infância. Ufa!

Leia/ouça o livro “As laranjas do mês de julho”:

https://bibliotecagralhaazul.com.br/as-laranjas-do-mes-de-julho/

*A autora é graduada em Letras Vernáculas e Clássicas (UEL), Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (Unesp) e Doutora em Literatura e Vida Social (Unesp).
** Texto originalmente publicado no Jornal de Rolândia

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