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Formação técnica pode reduzir desemprego de jovens no Brasil

Imagem ilustrativa Foto: AdobeStock / Reprodução

O desemprego entre os jovens no Brasil é um desafio complexo, com impactos profundos na vida dos indivíduos e na sociedade. De acordo com a Pnad Contínua Trimestral, divulgada pelo IBGE em agosto deste ano, a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos caiu de 16,8% no 1º trimestre de 2024 para 14,3% no 2º trimestre. Em números absolutos, isso representa 2,2 milhões de pessoas — a menor taxa para esse período desde o início da série histórica em 2014.

Entretanto, os jovens continuam enfrentando barreiras significativas ao ingressar no mercado de trabalho, como falta de experiência, qualificação inadequada, ansiedade em relação à carreira, dificuldades de adaptação e desigualdade social. Além disso, o mercado exige habilidades específicas para lidar com novas tecnologias, o que agrava o cenário.

Uma formação técnica pode ser um diferencial importante na busca pelo primeiro emprego. Investir em um curso técnico permite ao jovem adquirir competências específicas e conhecimentos práticos, para que se torne mais competitivo. Essa formação pode ser realizada ainda durante o Ensino Médio, preparando o jovem para o mercado de forma mais robusta do que aqueles que concluíram apenas a educação básica.

Segundo pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) e divulgada em agosto deste ano, 56% dos brasileiros de 14 a 24 anos demonstram interesse em cursos técnicos, com maior concentração entre adolescentes de 14 a 17 anos (62%). Entre os jovens entrevistados, 95% consideram a formação técnica importante para alcançar seus objetivos profissionais e 75% avaliam a experiência como ótima ou boa.

Apesar desse interesse, ainda persiste um estigma. Muitos jovens e suas famílias veem o ensino técnico como uma segunda opção. De acordo com o relatório “Education at a Glance”, apenas 11% dos estudantes brasileiros de 15 a 19 anos estão matriculados em programas de educação profissional, percentual inferior à média de 37% nos países da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, composta por 38 países membros, como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido e França. Entre os jovens de 20 a 24 anos, essa diferença se acentua: apenas 11% estão em cursos profissionais no Brasil, em comparação com 65% nos países que fazem parte da organização.

É inadiável a necessidade de mudança de mentalidade e valorização do ensino técnico como uma alternativa viável para enfrentar o desemprego da juventude brasileira. Essa não é apenas uma solução imediata, mas também uma estratégia de longo prazo que pode abrir portas para carreiras promissoras e contribuir para o desenvolvimento econômico do país. Instituições como o Senai Paraná, por exemplo, têm papel fundamental nesse processo, preparando os jovens com qualidade e competência.
No cenário atual, onde o mercado valoriza cada vez mais competências práticas, o profissional técnico está entre os mais procurados por empresas e indústrias. A demanda por mão de obra qualificada cresce à medida que a digitalização e o avanço tecnológico transformam as cadeias produtivas, gerando novas oportunidades.

É fundamental mostrarmos aos jovens que a formação técnica oferece uma inserção mais rápida no mercado de trabalho, em especial a indústria, podendo ser uma alternativa acessível para aqueles que precisam contribuir com a renda familiar sem abandonar os estudos. Em tempos de incerteza, o curso técnico se destaca como um caminho sólido e eficiente, capaz de transformar o desafio do desemprego em uma oportunidade real de crescimento pessoal e profissional.

*A autora é pedagoga de formação e Consultora em Gestão Escolar pela Fundação L’Hermitage. Possui MBA em Gestão da Aprendizagem e Modelos Híbridos da Educação pela UniAmérica, e atua no Sistema Fiep como Gerente Sênior de Educação Profissional para o Senai Paraná.

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