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Empresários do comércio veem cenário favorável

Darci Piana

A pesquisa de opinião empresarial sobre o comércio realizada pela Fecomércio Paraná, e que divulgamos nos últimos dias, mostra 67% dos empresários do nosso setor com expectativa favorável para o primeiro semestre de 2012. É um dado promissor, já que o otimismo é também um importante elemento de impulsão de vendas.
O quadro se completa com 12% dos entrevistados declarando-se indiferentes à conjuntura, 11% que consideram o momento econômico como indefinido e apenas 10% que se enquadram entre os pessimistas.
Se o percentual de 67% é significativo, ele traz também outro dado importante: entre esses empresários que aguardam um período favorável aos negócios, mais da metade destaca que os percentuais devem se situar entre 5 e 10% superiores aos dados de 2011. Caso tal número se confirme, 2012 terá gerado no comércio um aumento superior ao previsto para o Produto Interno Bruto, hoje estimado em 3,5% pelo Ministério da Fazenda. As previsões da Confederação Nacional do Comércio para o nosso setor situam-se na casa nos 6,5% de aumento no volume de vendas, um número muito superior ao crescimento do PIB.
Outro dado destacado pela pesquisa é o que se refere à situação financeira das empresas no segundo semestre de 2011 em relação ao primeiro semestre. Quase 83% dos empresários afirmaram que a situação foi igual ou melhor no segundo semestre, sendo que apenas 16% tiveram resultado pior no período.
A pesquisa ainda ouviu o setor sobre estratégias de compra utilizadas pelas respectivas empresas – 69% não dispensa parceria com os fornecedores – meios de divulgação (rádio, Internet e panfletagem lideram os números com 16% cada uma) e novos investimentos planejados – metade prevê aumento em instalações físicas. Quanto às oportunidades oferecidas no semestre passado, para 47% a diferença esteve no atendimento diferenciado. Já no quesito ameaças, os novos concorrentes e a concorrência desleal ficaram em níveis bem próximos, com 46 e 41% respectivamente.
Por fim, entre as dificuldades das empresas no atual contexto econômico (a pergunta permitia mais de uma resposta), os números são assustadores: a carga tributária elevada mostrou-se como a maior inimiga com 69%, vindo a seguir os encargos sociais, com 61%.
São dados reveladores da necessidade de se desonerar a atividade comercial, grande responsável pelo crescimento econômico do país e que tem no empresário um empreendedor otimista.
É claro que a pesquisa precisa ser vista no contexto em que foi realizada, antes das incertezas que voltaram a afligir a realidade econômica europeia. O efeito cascata da débâcle dos países da zona do Euro precisa ser bloqueado para que a contaminação econômica seja a menor possível. Já se sabe que a China deverá crescer a taxas menores nos próximos anos, ainda assim em torno de 7 ou 8%. De toda forma, a expectativa é pelo baixo crescimento da economia global, na média obtida na análise conjunta dos diversos cenários do hemisfério norte, Europa, Estados Unidos e Ásia.
        Essa realidade vai gerar um percentual menor nas exportações, mas as medidas de ajuste interno devem compensar as perdas.  Desta forma, se a pressão inflacionária se dissipar no mercado interno, o nível de preços tende a cair, permitindo queda na taxa básica de juros e na taxa de juros real, estimada pelos analistas da CNC em 3,15%, a serem atingidos em dezembro deste ano.
        Com o Brasil estabilizado economicamente, podemos prever o mercado de varejo em crescimento durante este ano. Inclusive porque as obras de infraestrutura estão entrando em ritmo acelerado, tendo em vista que já no ano que vem teremos a realização no país da Copa das Confederações.
        Com efeito, apesar de toda a conjuntura externa desfavorável, o empresário do comércio tem razão em enxergar o cenário com otimismo. Os índices que apontam para cima são muito consistentes para serem desconsiderados.

Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná

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