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Eleições: um novo momento político (VI)

Fabio Aníbal Goiris

Uma das primeiras pesquisas de intenção de voto em Ponta Grossa, realizada pelo Diário dos Campos em pareceria com a Paraná Pesquisas, traz alguns resultados reveladores. O primeiro dado importante é a ausência de candidatos fortes para prefeito que não sejam deputados estaduais. Se somadas as porcentagens, os nomes dos deputados Marcelo Rangel (PPS), Plauto Miró Guimarães (DEM) e Péricles Mello (PT), chegam a 64% do eleitorado. No passado existiu o engenheiro Pedro Wosgrau Filho que não era (e nunca foi) deputado estadual e que mesmo com seu estilo antipopular e conservador ficou no Palácio da Ronda por nada menos que 12 anos. Hoje, o quadro dos não-deputados está representado por João Barbiero (PR), Márcio Pauliki (PDT) e o Reitor João Carlos Gomes (PSDB), entre outros. Mas, na pesquisa houve o ‘esquecimento’ do eleitoralmente respeitável médico-vereador José Carlos Raad.

Outro fator importante da pesquisa de intenção de votos é a posição de destaque do deputado Marcelo Rangel. Com uma porcentagem de 23,6 % Rangel se projeta como um nome importante para ocupar o Palácio da Ronda. Para reforçar esta hipótese a pesquisa aponta que a maioria dos eleitores jovens prefere Marcelo Rangel a Plauto Miró. Esta questão dos jovens deve ser levada a sério. Ponta Grossa está chegando num quadro político peculiar no qual as mobilizações de jovens já vêm sendo muito mais determinantes do que foi no passado. A responsabilidade eleitoral com os jovens de Marcelo Rangel é bastante elevada.

Se existisse a possibilidade de fazer um paralelo com o papel dos jovens na política no mundo inteiro exemplos não iriam faltar. Túnis, Cairo, Tel Aviv, Santiago, Madri, Roma, Atenas, Londres e, agora, Nova York, foram cidades onde os jovens foram às ruas levando pautas extremamente conscientes e precisas. Em Ponta Grossa também pode estar ocorrendo um movimento semelhante por parte dos jovens visando, mesmo que em forma silenciosa, denunciar o esgotamento de um modelo conservador, autoritário e antipopular. Os jovens no mundo inteiro entendem que para trilhar novos caminhos, para encontrar uma verdadeira saída para a crise social e econômica, é preciso destruir as pseudocertezas que durante décadas conduziram a política. Os jovens estão cada vez mais inseridos no universo da política. Não obstante, o apoio dos jovens a Marcelo Rangel não é nenhuma novidade; isto já ocorreu quando seu irmão o deputado federal Sandro Alex esteve a ponto de ocupar o Palácio da Ronda, não fosse a covardia de um grupelho nazista inserido no seio do conservadorismo princesino.

Resta dizer que na pesquisa estimulada Marcelo Rangel apareceu seguido de muito perto por Plauto Miró (que soma 21,78%); isto demonstra uma luta eleitoral acirrada e praticamente um empate técnico entre ambos os deputados. Também com destaque surge Péricles de Holleben Mello do PT com nada menos do que 19,24%. Não obstante, até o momento Péricles ainda resolve questões referentes à desaprovação de suas contas quando ainda era prefeito para saber se pode ou não sair como candidato. Por fim, o governador mineiro Magalhães Pinto (1909-1996) já dizia que a política é como a nuvem, muda de forma e direção a todo instante.

O autor é cientista político e professor da UEPG 

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