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Criatividade e coragem: ingredientes que faltam para nossa economia

Jorge dos Santos Avila*       

 

Uma pitada de criatividade, junto de uma dose de coragem. Esses são os ingredientes que precisam reagir com investimentos de infraestrutura, tecnologia e reforma tributária que desonere o setor produtivo. Assim, o grande bolo do PIB cresce, fica bonito e bem confeitado na grande confeitaria da economia brasileira. Corte de impostos da linha branca, redução de IPI dos automóveis, redução na conta de energia e agora na cesta básica são medidas vistas com bons olhos pela população e incentivam o consumo, mas representam muito pouco no grande cenário da economia, principalmente quando se trata do médio e longo prazo. É preciso que se faça mais e melhor pela nossa economia, e é essa a função do governo.

Se imaginarmos a situação de um cenário onde haja investimento na infraestrutura do país, principalmente em se tratando do setor logístico, com modernização nos modais de transporte, junto de uma reforma tributária que desonere também a folha de pagamento do setor produtivo, com certeza absoluta teríamos reduções de preço dos nossos produtos, mas com qualidade e com longo prazo. Seria mais barato produzir e os trabalhadores poderiam ser mais bem remunerados. Ganharia a economia assim dos dois lados: poderíamos ao mesmo tempo ter preços menores nas prateleiras, e consumidores com salários melhores.

Outro aspecto que necessita de criatividade e coragem dos tomadores de decisão é no que se refere a nossa pauta de exportação. É necessário agregar maior valor aos nossos produtos finais, e isso só se faz com tecnologia. A indústria brasileira ao mesmo tempo em que exporta aviões carece, por exemplo, de uma indústria automobilística nacional. Estamos muito atrasados nesse aspecto, se comparado com os coreanos e os chineses. Hyundai e Jac Motors que o digam. O fato é que nossa economia precisa repensar esse modelo que exporta minério de ferro e importa tecnologia, seja em importação propriamente dita, seja por implantações de plantas de multinacionais em detrimento de investimentos na tecnologia nacional. Empresas estrangeiras são importantes sim para nossa economia, mas devem caminhar junto com nossos avanços tecnológicos.

Já são dez anos de governo petista. São dez anos aguardando um modelo econômico que colabore com o país. O PAC empacou, a Petrobrás vem perdendo valor de marcado constantemente e as boas ondas deixadas pelo Plano Real e pelos arranjos econômicos do governo anterior, estão chegando na praia, o que dificultará que novos governos surfem nessa onda. São dez anos sem criatividade e coragem para deixar um legado econômico duradouro como foi o legado deixado com a extinção da hiperinflação, com um plano econômico que nos presenteou com uma moeda forte, que há quase 20 anos temos em nossos bolsos.

Governar é fazer escolhas e há dez anos as escolhas são por medidas paliativas em se tratando da economia. Não por menos do Pibinho de 0,9% ou do micro PIB percapita de 0,1%. Poderíamos hoje estar colhendo os frutos, caso lá fossem plantados investimentos. Até quando continuaremos com essas micro medidas de redução daqui e dali? Que ao menos nesse fim de gestão, haja mais criatividade e coragem por parte dos tomadores de decisão da nossa economia. 

 

*Bacharel em administração e bacharelando ciências econômicas

 

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