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Crescimento sustentável com investimento privado, é possível?

O economista Milton Friedman, nos anos 70, foi um dos principais defensores da visão de que o único papel de uma empresa é maximizar os lucros dos seus donos, com busca de alto retorno a curto prazo, custe o que custar. Por muito tempo, acreditou-se que, além de não ser responsabilidade das empresas, seria impossível aliar o lucro e a rentabilidade financeira com um crescimento baseado na sustentabilidade, que respeite também as questões ambientais e sociais.

Contudo, nos últimos 20 anos, as discussões sobre sustentabilidade vêm crescendo e, com isso, o entendimento de que as empresas tem um papel essencial no desenvolvimento sustentável e, por isso, não podem ser alheias aos desafios que a sociedade enfrenta. Mais do que tudo, as organizações empresariais ser parte da solução dos problemas relacionados à sustentabilidade.

Recentemente, a sustentabilidade se tornou um grande negócio. Os índices de investimento demonstram que empresas mais sustentáveis acabam performando melhor, alcançando melhores resultados a longo prazo e se recuperando melhor em momentos de crise. Além disso, o consumidor mudou e cada vez mais questiona a postura das organizações frente aos grandes temas que impactam à sociedade.

Vivemos hoje um momento onde os interesses estão convergindo. O planeta e sua complexidade vêm pressionando os modelos de negócios a mudarem suas formas de produção e descarte visto que temos problemas iminentes, como a escassez de recursos e as mudanças climáticas. Por outro lado, temos um mercado consumidor crescente, atento aos temas de sustentabilidade e que procuram se relacionar com empresas que fazem a coisa certa.

A grande questão é: até quando? Hoje em dia, falar sobre ESG (governança ambiental, social e corporativa) está na moda, assim como já foi falar sobre outros temas relacionados à sustentabilidade. Mas o quanto realmente avançamos como sociedade nessas agendas? O quanto as empresas efetivamente contribuíram ou apenas se apropriaram de temas como estratégias de marketing? É papel dos líderes empresariais surfarem nessa onda e buscarem fazer a diferença.

*O autor é Professor de Inovação e Sustentabilidade do ISAE Escola de

Negócios e Presidente da América Latina e Caribe do PRME (Princípios para

Educação Executiva Responsável) da ONU.

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