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Cedo para especulação

Ayrton Baptista

 

O líder do governo Richa na Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, não vê sentido em se discutir hoje o que só pode acontecer de fato na política paranaense em 2014. Não faz sentido perder tempo com especulações para 2014, disse. Ele prefere que as convenções partidárias deste ano tenham prioridade nos debates. E Traiano foge do assunto, enquanto o PSDB se vê às voltas com uma solução para que o PMDB ingresse no todo no governo de seu partido e vê, de outra parte, uma sondagem para que o novo presidente peemedebista deputado Osmar Serraglio venha a ser vice na chapa do PT, com Gleisi Hoffmann encabeçando.

A posição de Traiano é normal. Aos executivos não interessa abreviar as discussões. Isso vale para os governos federal, estaduais e municipais. Uma espécie de ‘xô debate’ antecipado. É o óbvio. Qual governante antecipa as manobras para a sua sucessão ainda mais quando essa sucessão pode ser a do próprio. Acontece com a presidente Dilma, com o governador Richa e, por que não, com o prefeito de Curitiba, Fruet, ainda que este tenha um longo caminho a percorrer como o chefe da edilidade curitibana.

A verdade, porém, é que a política não para. Se parasse, que fariam os políticos? A indagação é maldosa e não é para valer. Os políticos, a maioria ao menos, têm todo um mandato para trabalhar seguindo a delegação que receberam dos eleitores. Os que têm mandato seguem seus compromissos nos legislativos, outros nos executivos, emprestados momentaneamente das assembleias. Mas há tanta coisa por fazer que, querendo, eles não param. Ou é a pesquisa de verbas e melhorias para os municípios que representam, ou se de atuação federal, os Ministérios e outras repartições do Governo central, muitas delas mais poderosas e ágeis do que as pastas ministeriais. Trabalho há, só não vê quem não quer.

Mas discutir antecipadamente candidaturas para futuras eleições, só interessa à oposição. Não há protocolo para isso, é histórico e respeitável, guardadas as posições de cada partido, de lideranças e de interesses, sobretudo esses. Certo, pois o líder Ademar Traiano. Se Beto Richa instruiu-o nesse sentido, tudo bem. Se não é porque antigo na militância, Traiano sabe o caminho das pedras.

Isso, entretanto, não impede que os encontros se realizem. Que as alianças sejam formuladas ou incentivadas. Ora, Beto Richa mostrou há pouco que é melhor prevenir, convidando Reinhold Stephanes e Ratinho Junior para assessorá-lo na administração. E prossegue rondando a cerca do PMDB, a despeito de Requião, mas confiante em Orlando Pessuti e outros líderes do velho de guerra, particularmente o discreto e eficiente presidente regional Osmar Serraglio.

Já na oposição, entenda-se PT, é de se notar a liberdade mais efetiva da chefe da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann. A presidente Dilma lhe tem permitido maior mobilização face ao Paraná. Demonstra, embora não expresse, o seu interesse em ter a auxiliar e amiga no comando do executivo paranaense. Por ela, Gleisi e, principalmente, pela importância do Paraná e para desbancar os tucanos de uma posição que, de uma forma ou de outra, comandam há anos.

 

Ayrton Baptista, jornalista.

 

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