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“Cada povo tem o(a) governante que merece”.

Cada povo tem o(a) governante que merece.

 

Sandro Ferreira

 

A julgar por quase um ano de mandato de Dilma Rousseff à frente do principal cargo do país, devemos temer (sem trocadilho) pelos próximos que estão por vir. Registro que torço para estar enganado, pelo bem do Brasil, mas os fatos falam por si.

Escalada por Lula para lhe suceder, apenas porque era a única que havia sobrado incólume dentro do núcleo duro do PT pós mensalão, mesmo que logo depois sua inseparável assessora por anos a fio, Erenice Guerra, fosse flagrada com lama até o pescoço em intensos negócios familiares na Casa Civil, a então ministra-candidata precisou apenas subir nas costas do palanqueiro presidente e a bordo do Air Lula One, sair por aí contando lorotas e fazendo uma promessa nova por dia. Na campanha eleitoral enfrentou um adversário de carisma equivalente ao de uma múmia, com um marqueteiro de Araque e correligionários que dispensavam inimigos. Não foi nada difícil vencer a eleição mais barbada desta pequena trajetória da nova democracia nacional, ainda mais contando com a Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e todas as outras estatais e ministérios fazendo campanha subliminar pró-governo em todos os tipos de mídias. Até a Receita Federal, única instituição pública que funciona no Brasil por motivos óbvios, foi aparelhada em favor do poste ambulante. A surra ficou com cara de covarde espancamento em praça pública. Aonde o IDH no Brasil é comparável ao do Haiti e Uganda, as urnas registraram 90% a favor dos mestres da manipulação e lavagem cerebral tupiniquins. É lamentável que o ineditismo da primeira mulher presidente fique marcado pelo fato incontestável de que esta não chegou lá com suas próprias pernas, e sim por influência de um homem que colocou todo o Estado Nacional a serviço do seu projeto de poder vitalício. Que as próximas presidentes não queimem tantas etapas como Dilma, afinal, um(a) presidente não pode ser pré-fabricado(a) em dois anos só com base em técnicas de marketing. O próprio Lula perdeu três eleições consecutivas para finalmente atingir semelhante objetivo. Sem uma história própria que lhe legitimasse ser Presidente do Brasil e sem mérito para tão prestigiosa glória pessoal, desejada e cobiçada, porém, jamais alcançada por tantos outros, alguns verdadeiros merecedores, que por acasos do destino, não lá chegaram, Dilma Rousseff não tinha, nem tem ainda, acumulado suficiente bagagem política e emocional para o serviço descomunal que é governar o maior país da América Latina, e isto, a despeito de quanto às pesquisas, no mínimo suspeitas, possam lhe dar de aprovação, vai ficando cada vez mais cristalino. Também pelas escolhas mal feitas para seu Ministério, por ter se submetido a tudo que Lula lhe impôs, porque não consegue se relacionar com o Congresso Nacional, especialmente com a sua base arrendada, mas fundamentalmente, porque não sabe ou não tem coragem de tomar uma decisão solitária. Tergiversa, vacila, desmoraliza-se gradativamente, ainda não para as massas, mas perante os seus subordinados mais próximos, que no máximo lhe cultivam medo, por seus já folclóricos pitos em público. Uma atitude reprovável em qualquer ambiente, o que dirá no Palácio do Planalto. A insegurança presidencial, dissimulada na mística da gerentona implacável, já apresenta intensos efeitos colaterais com a falta de uma liderança real, no recorde absoluto de quedas de ministros de Estado em tão pouco tempo, coincidentemente todos apadrinhados pelo sucessor, na máquina federal crivada de corrupção, nas obras que não andam ou não saem do papel, literalmente empacadas pela ineficiência de um governo tomado por militantes corruptos e incompetentes que nunca produziram sequer um prego na vida, mas agora tem em mãos, mais de um trilhão de reais para gastar ao ano (ou 37% do PIB), arrecadados em impostos de um povo que só sai às ruas de quatro em quatro anos, e só enquanto a seleção canarinho estiver vencendo, aliás, analisando por este aspecto, só podemos chegar a uma triste conclusão: Cada povo tem o(a) governante que merece.

 

Sandro Ferreira é cidadão brasileiro

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