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Caçando tempo

Foto: Ilustrações Laqua

Se tem algo que definitivamente nos atropela é o tempo. Impiedoso, ele parece transformar dias, horas minutos em meros segundos. E, quando se vê, estamos a caçar tempo pra fazer isso e aquilo. Mas há quem prefira caçar outra coisa… como borboletas! Era esse o hábito preferido do menino José, personagem simpático do livro “Caçador de borboletas”, escrito por Diego Gianni e divertidamente ilustrado por Laqua.


Há vários elementos curiosos nessa história, como a casa do José, que tinha uma parede repleta de retratos das gerações da família Fonseca (quem conhece/tem uma igual, levante a mão!). Mas o que mais impressiona é o narrador misterioso, que só descobrimos quem é no final. É pelo olhar dele que ficamos sabendo detalhes da vida do José, a relação afetiva entre os dois: “Mas de todos os Fonsequinhas e Fonsecões, ninguém me quis tão bem quanto o José. Sou melhor com os números do que com as palavras, acho que a palavra certa é ‘cuidar’”.


Até o dia em que “José saiu pelo mundo caçando borboletas e só voltou muito mais tarde, quando seu pai já havia partido”. E o narrador ali, testemunhando cada momento do menino que se tornou homem, se casou, teve filho… Assim, de pertinho e oculto, vai revelando um pedacinho de cada vez da história bonita que construiu junto com seu amigo: “José sempre foi um contador de histórias, enquanto eu era o melhor dos ouvintes, mas nossa relação era feita de silêncio. Ficávamos de frente um para o outro, dois senhores distintos que queriam muito bem um ao outro”.


E aí, já tem algum palpite sobre a identidade do misterioso narrador? Então corre clicar no link ao final deste texto e acesse o livro, é de graça e só precisa de alguns minutinhos! Afinal, se tem uma coisa que aprendi com os Fonsecas é não ficar caçando tempo. Agora, se um certo Drummond perguntar: “E agora José?” vou logo sugerindo: “Vai caçar borboletas!”.

Artigo publicado originalmente no portal umjornalregional.

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