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Caça aos perdedores

 

 

Como o segundo turno é o que valerá em Curitiba e outros municípios do interior que também gozam desse peso eleitoral está próximo (18 dias), tão logo as urnas indicaram os classificados, as principais lideranças iniciaram os contatos para melhor situar seus candidatos. Daí ter-se como muito provável que o governador Beto Richa e o prefeito Luciano Ducci apoiem o candidato do PSC, Ratinho Junior, em Curitiba. É o que diz a lógica.

Gustavo Fruet, candidato natural do PSDB na capital, foi levado a mudar de partido porque a cúpula dos tucanos já estava direcionando seus propósitos de manter ou tentar manter o prefeito Ducci, mesmo que do PSB, na Prefeitura curitibana. Mais com vistas a 2014, o governador desistiu de ter o PSDB disputando como cabeça de chapa em diversos e importantes municípios, preferindo apoiar aliados e não aliados e asfaltar o caminho para daqui a dois anos.

Em compensação, fizeram os tucanos o maior número de prefeitos no Paraná, desbancando o lugar destinado por tradição ao PMDB. Já como reflexo da ausência de candidato tucano a prefeito, mais o escândalo Derosso, o partido viu sua bancada na Câmara de Vereadores despencar dos 13 atuais lugares para apenas quatro na próxima legislatura. Ou, pelo menos, até que a lei permita uma transferência e o PSDB possa vir a engrossar sua bancada.

Pode-se dizer, então, que a política de uma no cravo outra na ferradura, está em vigor e, se não, é só aguardar os acontecimentos. A dupla Beto – Ducci pode fechar a qualquer momento um acordo para estar com Ratinho em 28 de outubro próximo. De forma discreta ou nem tanto, deve ser este o caminho. Não teria sentido, convenhamos, os tucanos apoiarem quem forçaram a sair. Isto, claro, em termos de cúpula, já que, a base pode, isto sim, mostrar o descontentamento visível votando no antigo companheiro de longas jornadas, ainda que hoje apoiado pelo PT.    

Para negociações políticas ficam também disponíveis e PMDB, o PTB, o DEM, o PP, o PPS de Rubens Bueno. No caso do PMDB, já havia uma disposição até meio generalizada de que o partido apoiasse Ducci. Requião, que lançou Rafael, e este que gostou do gesto, pois ressurgiu no palco, podem ter que viajar, até porque o ex-governador e atual senador do velho de guerra já não tem o poder sobre seus companheiros como em tempos passados, porém recentes.

O quem dá mais, entendendo-se politicamente, tem maneiras diferenciadas de se formular e aceitar, mesmo porque todos têm os seus interesses, sobremodo em se tratando de negociar com o Executivo. Richa, candidato natural à sua própria sucessão, deve sentir a necessidade de fazer bons acordos, talvez em retribuição às facilidades que concedeu no pleito de domingo, mas com a oportunidade de alargar os compromissos para 2014.

Fruet e seus amigos do PT têm consciência de que continuarão sendo os azarões do pleito agora em repeteco diminuído, mas podem receber o apoio que não surgiu no primeiro turno, também o engajamento de outras forças descontentes com o pleito que já tivemos. Tudo por conferir, claro, mas é o que se nos apresenta como preliminar de confronto.

 

Ayrton Baptista é jornalista

 

 

 

 

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