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Bolsa Voto

 

A desigualdade social no Brasil é tão flagrante e cruel quanto a indiferença de parte da elite econômica e da classe política nacional, fundamentalmente daquelas que vivem a custa do Estado via corrupção. O Estado, que neste país é visto e tratado como uma fonte inesgotável de recursos, sempre apto a abastecer privilégios de poucos e atualmente de um partido em particular, o Partido dos Trabalhadores (PT), nunca foi um Estado servidor, pelo contrário, sempre teve características paternalistas, clientelistas e populistas. O historiador Marco Antonio Villa da Universidade Federal de São Carlos – SP definiu muito bem a situação ao dizer que o Brasil é e sempre foi um país com Estado muito forte e sociedade civil muito frágil, o que só é bom para os governos de plantão, mas não para a sociedade em geral que se vê refém dos governantes do turno. No Brasil de hoje existem duas formas de controle social por parte do governo, a tradicional lavagem cerebral através de farta propaganda ufanista e megalomaníaca e, os bilionários recursos públicos empenhados em programas sociais, com destaque para o Bolsa Família, programa que hoje atende mais de vinte milhões de pessoas, preponderantemente no Norte e Nordeste do país, onde estão mais de 60% dos beneficiários e são as regiões onde persistem as piores desigualdades sociais, econômicas, culturais e educacionais do país. Não por acaso onde o PT tem seus maiores redutos eleitorais.

Além de o governo Lula ter se apropriado e ampliado um programa que foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso, só que com outro nome, Bolsa Escola, o que fica evidente é que mesmo tendo argumentos a seu favor, o Bolsa Família se tornou um instrumento eleitoral, como se o programa fosse do PT e não do Estado nacional, ou seja, mesmo que todos saibam que quem paga e sustenta os custos do Bolsa Família sejam os brasileiros, os partidários petistas insistem em dizer que o programa é deles. O que se constituí numa afronta a quem de fato arca com tamanho gasto público.

A essência do programa em si não é nefasta, pois tem o intuito de prover renda mínima para famílias que vivem em condições de pobreza, exigindo como contrapartida a frequência escolar dos filhos da família assistida. No entanto, a fiscalização deste quesito tem se mostrado falha, quando não inexistente, o que continua perpetuando a miséria destas famílias. E ao distribuir recursos por quantidade de filhos o programa também incentiva a alta da natalidade, ao invés do contrário, e, a corrupção, tem desviado recursos para famílias que não se enquadram nos parâmetros do programa, beneficiando até mesmo pessoas com casa própria e dois automóveis na garagem. Mas o pior de tudo isso é que o Bolsa Família tem sido utilizado de forma acintosa pelo PT para chantagear eleitores de baixa renda e escolaridade.

Está na hora dos brasileiros repudiarem essa atitude dissimulada, pois o Bolsa Família é um programa do Estado brasileiro bancado por todos nós, cidadãos e contribuintes. Não é um programa exclusivo do PT, a não ser que mudem o seu nome para Bolsa Voto e utilizem recursos do partido para bancá-lo. Haja mensalão!

Sandro Ferreira.  Cidadão brasileiro.

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