Menu
em

Binário gerencial, a pediculose semântica keynesiana

 

 

As ideologias sepultadas com cabeça fora na Segunda Grande Guerra se mexeram enquanto se desvelam os crimes do nosso fascismo, que espezinhou a Ciência, Filosofia e História. Cultos a Hitler e Mussolini, fundamentalismos antigays e racistas. Em Ponta Grossa onde filosofar, pensar, estudar, ler, escrever, causam ânsia, a peste se cria. Um ensino universitário deficiente em sociologia é fértil para tipos como o Sul é meu país e Ponta Grossa só para ponta-grossenses. Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Paulo Freire não são bem vindos. Seus escritos ferem na tradicional prática. Vivemos na pré-modernidade e o lento avanço se deve a milhares de migrantes, que como brasileiros não estão impedido de morarem aqui e exercerem cidadania e atividade intelectual de alcance nacional, a Universidade é o exemplo. Ponta-grossenses, nos departamentos, construíram sua referência teórica e profissional em outros centros, morando, em outras cidades onde fizeram mestrado e doutorado. O bairrismo estúpido é hostil do conhecimento. Cidade e instituições estão repletas de mestres e doutores aprovados em bancas constituídas por pesquisadores nacionais e internacionais. Não há engenharia que feche Ciência e Educação em fronteiras municipais. É preocupante as bestialidades que hostilizam a Chapa Mais UEPG. A legislação brasileira permite adesivar, outdoors ou enviar cartinhas antes de datas, humanas, pré-estabelecidas sem aval da infalibilidade papal. A crítica ao regime perdura na instituição há décadas pelas chapas que disputaram a Reitoria. É salutar discutir modelo de universidade. Não se aceitam limites. A contabilidade das urnas proíbem ufanismos.

A finalidade da Universidade não se manifesta na priorização do carimbo, relações de poder, disseminação do medo, promoção do cabisbaixismo e reprodutivismo pedagógico. A eficiência é a qualidade de sua produção intelectual, massa pensante, outorga dos pensadores autônomos que modificam seu campo. Burocratas incapazes de um texto para a coluna do leitor não honram o conceito. A teoria do binário, oriunda da mediocridade, não vai além de dois metros de quem a inventou. Faz falta boa leitura. Uma universidade se faz quando seus alunos constroem bibliotecas pessoais de relevância. Odiamos o escritor, o historiador, desprezamos o filósofo, porque odiamos nossa própria ignorância e pequenez intelectual, porque ele espelha a nossa limitação em não poder sair do esquema, do planejado, coisas as quais o pensamento não pode se prender. O ódio as letras e a paixão desesperada pelo tecnicismo demonstra que não há maior prova de amor a cidade do que desejarmos que ela não se aprofunde na escuridão. Finalmente, há indivíduos que mesmo ganhando não se conformam em perder. Como escreve Nelson Werneck Sodré, a História não os registrará.

 

Acir da Cruz Camargo, natural de Guaragi, Historiador

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile