Parte 1
Depois de um início de campanha morno do prefeito eleito Marcelo Rangel, eis que o candidato superou tantas turbulências durante o período eleitoral e, finalmente, sagrou-se vitorioso no segundo turno mais acirrado desde que foram instituídos os dois turnos na cidade, inclusive tendo o menor percentual da história, entre o primeiro e o segundo colocado em uma eleição majoritária. A diferença, de pouco mais de 1.600 votos só foi maior do que aquela que deu a virada ao seu irmão, Sandro Alex, sobre o então deputado Jocelito Canto, que viu cair seu favoritismo por apenas 470 votos no primeiro turno de 2008. Dessa forma, os irmãos Oliveira conseguiram feitos eleitorais notáveis nos últimos anos, e agora representam não só a principal força política de Ponta Grossa, mas também de toda a região dos Campos Gerais. E isto os credencia a almejar cargos ainda mais relevantes, entretanto, é fundamental terem a consciência que neste momento existe muita expectativa em relação ao novo prefeito, que prometeu mudanças. A sua responsabilidade é redobrada, tanto pelos compromissos assumidos na eleição, quanto pelos seus projetos políticos.
Passada a euforia mais que justificada pela vitória, cabe ao novo prefeito planejar como irá cumprir as 23 metas principais do seu programa de governo, entre elas de transparência na fila da Prolar, o fim do monopólio do transporte público, pavimentação de 4.000 quadras, o Centro de Especialidades Médicas e a instituição do Bilhete da Cidadania, cuja ideia local foi do candidato Marcio Pauliki e pautou boa parte da eleição, inclusive no segundo turno. Marcelo Rangel será muito cobrado nestes itens. Particularmente, registro que se deva priorizar a educação infantil, tema que passou em branco na disputa eleitoral por parte de todos os candidatos.
A vitória de Marcelo Rangel no segundo turno representou a renovação da esperança dos ponta-grossenses através de um jovem, mas foi também uma lição contra a manipulação de informações por parte do opositor do segundo turno, que através da técnica da pura e simples repetição de mensagens, somada a uma boa dose de inverdades, distorceu dados de uma época que não traz boas lembranças à cidade, mas que pelas mãos do marqueteiro responsável pelos programas eleitorais, iludiu muita gente com propaganda enganosa de um tempo imaginário, aonde foi pintado quase o paraíso, mas que nunca existiu em Ponta Grossa.
Quem tem memória lembra o que foram os anos de administração do PT por aqui. Uma época que a cidade estagnou. Que não veio uma indústria. Onde propriedades produtivas e de pesquisa agrícola foram destruídas por invasores foras da lei. Obras que tiveram de ser refeitas e um monumento específico, teve de ser destruído. Aonde a dívida municipal quadruplicou e a Saúde Pública estava à deriva. Enfim…
Aquele passado não podia ser o nosso futuro. E por decisão das urnas, não será.
Sandro Ferreira é cidadão ponta-grossense