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Associativismo, o grande passo da humanidade

Foto: Redes Sociais /Gilmar Denck

Associativismo, uma necessidade humana relegada ao romantismo. De todas as espécies de hominídeos que habitaram este planeta, a única sobrevivente é a nossa, o famoso e vivo até hoje homo sapiens. Pouco se sabe das razões que levaram a extinção de nossos parentes, mas muito pode se supor das razões de nossa sobrevivência. Pelos achados da paleontologia e da arqueologia moderna nos mostram que a sapiência foi o fator determinante à sobrevivência e até mesmo a possível sobreposição da nossa espécie sobre todas as outras.

Alguns fatores foram determinantes e nos levam a crer que só foram possíveis pela sapiência, ou como acreditam os cientistas, a evolução estes fatores teria nos levado a desenvolver a sapiência. Pelos achados podemos supor que a mulher desenvolveu a agricultura ao observar a germinação dos grãos úmidos que caiam das pedras quando estas preparavam pães (uma espécie de focaccia de grãos moídos com água e secados ao sol, achados arqueológicos de 40.000 anos), desenvolvendo assim o início do espírito empreendedor que nos levou ao aldeamento e o surgimento de cidades e a criação de todas as facetas da sociedade que nos trouxeram até os dias de hoje.

Este espírito empreendedor permeou todas as civilizações, permitindo o surgimento de diversos e grandes impérios. Destacando se entre eles o império romano (presente até hoje na Igreja Católica, herdeira direta de Constantino). Este espírito empreendedor foi impulsionado por Cristóvão Colombo quando descobriu as Américas, pois ofereceu à humanidade uma nova forma de pensar a vida, trazendo a todos nós o olhar do amanhã, o cultivar da esperança que alavancou o comércio, o crédito e consequentemente a produção.

Não tenho dúvida que a Revolução Industrial foi apenas uma soma de nossa sapiência que nos trouxe habilidade ferramental com a forte expansão dos negócios que exigem até hoje aceleração dos meios de produção. Eis o caminho da prosperidade. Entretanto, muito antes da mulher manipular o trigo (talvez seja o trigo a verdadeira maçã do paraíso citado no Genesis da Bíblia cristã), os caçadores e coletores da pré-história já tinham descoberto uma tecnologia poderosa capaz de ampliar os resultados de seus projetos ao mesmo tempo que reduzia sensivelmente seus esforços (custos diretos e indiretos, para os gestores que estiverem lendo). Antes de explicitar esta tecnologia vamos aos fatos. Achados da arqueologia ao longo da história mostram que ossadas de sapiens machos são encontradas com sinais de fraturas em todo o corpo e que estas fraturas vão diminuindo na linha do tempo na mesma proporção em que as ossadas são encontradas em bando, e curiosamente aparecem algumas ferramentas de caça, o que nos leva a crer que os hominídeos do passado descobriram a força do associativismo.

Eis a grande tecnologia da humanidade. Ao trabalhar em grupos teriam que repartir o fruto do trabalho, o que ao primeiro momento poderia parecer uma divisão, e a divisão é vista até hoje como algo pesado e difícil de realizar, porém ao adquirirem sapiência, puderam perceber que o resultado era infinitamente superior aos resultados obtidos em caças individuais. Imagine você tendo que correr atrás da caça, alcança-la e abatê-la com as próprias mãos. Muito esforço e pouco resultado. Agora imagina você fazendo parte de um bando unindo forças e dividindo tarefas. Quanta produção teria e quão menor seria o teu esforço? Isto chama se inteligência, isto chama se Associativismo.

Mas com toda esta força, por que relegamos o associativismo ao romantismo e a um segundo plano em nossas vidas? Seja no campo pessoal, familiar ou profissional, parece que sempre e em todos, preferimos e damos mais espaço ao individualismo que a cooperação. Queremos ser o número 1, o maioral, o acima da curva, mesmo sabendo que isto não corrobora para com a nossa vida social. Tentar entender as razões do individualismo é um capítulo à parte do qual se ocupam sociólogos, antropólogos, psicólogos e tantos outros cientistas da área das ciências humanas.

Neste texto, apenas convido você a refletir, com 40.000 anos de história comprovada da descoberta da sapiência e com ela da nossa capacidade de produzir riquezas que mitigam a fome, a miséria e a pobreza, e o associativismo que catalisa esta energia empreendedora trazendo prosperidade a toda a humanidade porque persistir no individualismo? Afinal, seria o associativismo o maior desafio da humanidade nesta vida, e consequentemente seu maior prêmio? O caminho existe, vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo, formado em Filosofia e Administração

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